30 dezembro 2012

e porque 2013 está a chegar...

não sou de fazer resoluções, escrever sobre o ano que aí vem. mas sendo que colectivamente temos de nos preparar para o desastre, quero traçar aqui alguns objectivos pessoais. porque há tanta coisa que nos enche a alma e nos dá vida...

em 2013 quero manter o trabalho e lutar pelo crescimento da empresa.
em 2013 quero continuar a andar de bicicleta, descobrir novos trilhos, deslumbrar-me com magníficas paisagens.
em 2013 quero iniciar-me em provas de estrada. quero ir ao GrandFondo do Gerês (na versão MedioFondo com 95km) e ao GrandFondo Aldeias de Xisto (também na versão MedioFondo).
em 2013 quero continuar a fazer maratonas de BTT. a de Portalegre e outras mais por esse país fora. espero, também, pedalar no país vizinho.
em 2013 quero começar a correr. e vou fazê-lo com a Paixão. devagar, para não custar tanto no início. o objectivo começa por ser a participação na Color Run e, se houver pernas e coragem, talvez estrear-me nos trails. isso, logo se vê.
em 2013 quero ver a sexta temporada de Californication, que está quase a começar.
em 2013 quero rever QOTSA, desta vez no SBSR.

está na hora...

... de deixar este espaço votado ao abandono e voltar a escrever.

10 outubro 2012

back to the roots

numa crónica no Expresso, Daniel Oliveira, definia o programa de Anthony Bourdain mais como um documentário sociológico do que propriamente um programa culinário. não posso estar mais de acordo.

No Reservations é uma ode à vida e traça o perfil de cada região como poucos. a comida é só o pretexto. escrevo isto a propósito do último episódio que vi. aquele em que o protagonista, o chef de Les Halles, vai para o deserto. e quem é o cícerone? o grande Josh Homme, nascido e criado no deserto da Califórnia, em Rancho de La Luna.

entre tequilha (muita), tortilhas (mexicanas), entrecosto e bons bifes de vaca, os acordes são obra do Sr. QOTSA e toda a mística do deserto é majestosamente transposta para o ecrã.

ao ver o episódio voltei a sentir uma vontade que me consome de arranjar uma Harley, fazer toda a Route 66 e acabar no deserto, entre cobras, calor, a música de Homme e muita tequilha. é uma espécie de procura do original, uma viagem introspectiva ao som de muita guitarra poderosa e desgarrada.

enquanto não o faço, mantenho a versão low-cost, de bicicleta por estradas alentejanas e banda sonora nos ouvidos. não é a mesma coisa, mas já dá para os gastos...

para quem não viu, ficam aqui os vídeos do programa e da música composta por Homme para Mr. Bourdain.









29 setembro 2012

Borges, o incompetente

no tempo dos reis é que se usavam cognomes. mas parece que estamos a voltar a essa época, nem que seja para caracterizar o ministro-sombra, com pelouros de tudo e de nada, António Borges.

o homem fez um ataque cerrado à maioria dos portugueses, em particular, aos empresários. chamou-lhes de ignorantes por estarem contra a medida inteligentíssima da TSU. são palavras dele. que tenhamos percebido, só da finança e das empresas de mercados regulados é que não ouve críticas. ou seja, os únicos inteligentes são os bancos, as EDP, as Galp, etc. porque será sr. Borges?

ainda disse que o programa de ajustamento foi feito quando ele ainda estava no FMI. E que está a ser um sucesso porque ninguém pensava que as contas externas já estivessem controladas.

por favor, digam-me que o homem tem umas estatísticas só dele oitentas andou a fumar umas coisas esquisitas antes de falar num fórum onde estava, também, o lírico e intelectual, Miguel Relvas...

se falou a sério, é o velho cenário de que só ele está certo e tem o mundo contra si. ou então é uma claríssima falta de competência... talvez saiba trabalhar nos mercados. mas nem de economia real o homem sabe falar...

P.S.: o homem ainda disse que quem foi contra a TSU nunca passaria do primeiro ano do seu curso na faculdade. será que foi colega do Relvas?

28 setembro 2012

dinheiro e saúde

o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida já se comporta como uma qualquer sugadora companhia de seguros. é a sociedade que temos. quem tem seguro de saúde já sabe, atinge o limite e, mesmo estando internado é posto à andar. vá para o público que é para isso que serve. uma comissão de ética agora é que decide quanto tempo alguém merece viver por questões financeiras? que crueldade!!!

que democraciazinha


ainda a questão do segurança do primeiro-ministro que não se deixou filmar por um repórter da TVI. O senhor, de tal forma zeloso dos seus direitos que até se esqueceu que o facto de, no momento, estar a desempenhar funções públicas, num espaço público, se sobrepõe ao direito à sua imagem. Fez aquele estardalhaço todo porque queria identificar um estudante que assobiou e insultou Pedro Passos Coelho. afinal, o nosso PM não tolera um piropo?

05 setembro 2012

uma nova fase

estou prestes a terminar o meu primeiro artigo sobre ciclismo. espero que venha aí uma boa e positiva fase...

24 agosto 2012

emprego, a quanto obrigas

uma pessoa vê um anúncio de emprego para jornalista. candidata-se por mail, como solicitado. passam-de alguns dias e recebe um sms. neste solicita-se que o candidato telefone para agendar entrevista. com tantas poupanças por parte de quem contrata, parece-me que ainda vão cobrar ordenado para a pessoa trabalhar...

19 julho 2012

adiós México

guácamole
quesadillas
Maya
Cobà
nachos
playa
Caribe
tortugas
tropical
piña
mojito
piña colada
tequilla
cocktail
palma
História
felicidad
amor
pasión
chili
fajitas

que férias! venha a segunda parte! :)

03 julho 2012

isto é um bocado estranho, não é?

a RTP, canal de serviço público, apadrinha e dá cobertura a uma iniciativa que só serve para meia dúzia de pessoas ganhar bom dinheiro e inflaccionar os preços de determinados produtos e locais. sim, refiro-me às 7 maravilhas de tudo e mais alguma coisa. as últimas são as praias...

houve um alarido tremendo (que eu apoiei) na candidatura do fado a património da humanidade.

o mesmo aconteceu quando o mesmo aconteceu com Évora, Douro vinhateiro ou Guimarães.

o sercretário de Estado revela estranheza, ou surpresa, com a atribuição do mesmo estatuto a Elvas.

há aqui qualquer coisa de estranho, não há?

11 junho 2012

televisão low cost

os três canais de informação passam os serões com programas dedicados ao Euro. as televisões generalistas e em sinal aberto só falam do Euro. mas não passam disso. quando foi necessário abrirem os cordões à bolsa e investirem nos direitos para transmitirem os jogos, assobiaram para o lado e limitaram-se a ficar com as partidas da Selecção mais algumas entre outras formações nacionais.

e fiquemos por aqui. é uma espécie de televisão preguiçosa e low cost. passam o tempo a relatar e a reportar futilidades. felizmente, o rácio melhorou e, com o início da competição, começaram a dar mais atenção ao jogo da bola propriamente dito. ainda assim, limitam-se a falar e não a mostrar.

mandam jornalistas para a Polónia e a Ucrânia, enchem os estúdios de comentadores. está feito. foi uma excelente forma de dar emprego, ainda que por umas semanas, a treinadores e ex-jogadores sem trabalho.

mas será que é só no futebol que isto acontece? infelizmente não. a Síria está praticamente em estado de guerra civil. as implicações a nível internacional são imensas. o que faz a maioria dos OCS nacionais? não manda jornalistas para fazerem a cobertura. arranja especialistas nacionais que comentem a partir do estúdio. mais cómodo, mais barato, mas não necessariamente melhor para informar as pessoas.

e por aí adiante. bem sei que vivemos uma época em que as dificuldades financeiras são gerais e os meios de comunicação social não são alheios à crise que se vive. mas, depois, vemos estes absurdos com não sei quantas mil equipas a acompanharem os jogadores de Portugal para todo o lado (sem que isso represente valor informativo) mas muitos jogos não passam em canal aberto...

é o que temos...

08 junho 2012

bola na relva

hoje começa mais um Euro 2012. apesar da crise, das críticas à equipa nacional e todo o circo em seu torno, eu sou daqueles que, amanhã, se vai sentar à frente da tv e esperar uma grande partida frente a Alemanha.

há muitos anos que não ligava tão pouco a um campeonato de selecções, mas agora há que aproveitar e esperar bons espectáculos... mas sem desligar do Mundo. Porque a crise continua, porque o desemprego é enorme, porque há uma minoria que continua a ganhar muito dinheiro e a fazer com que o sistema se mantenha, porque morrem muitos inocentes na Síria...

vamos gritar golo, mas terminados os 90 minutos (ou o prolongamento ou os pénaltis nas fases a eliminar) acaba-se a bola. porque a vida não é só isso.

07 junho 2012

05 junho 2012

ora esta... ladies and gentlemen, Mr. Johnny Depp on the guitar

The Black Keys são assombrosos em palco. anseio pelo concerto em Portugal. mas na última gala da MTV, este duo do rock teve, tão só e somente, o multifacetado actor... JOHNNY DEPP!

que surpresa, que espectáculo! aproveitem!


04 junho 2012

critérios senhor, são critérios

estou fartinho de ver imagens do autocarro da Selecção em andamento (valor informativo nulo), da partida do avião que levou a equipa nacional para a Polónia (valor informativo nulo) ou aquelas pseudo-reportagens dos bastidores da formação das quinas no estágio que não servem para mais nada do que fazer dos jornalistas que as fazem amiguinhos das estrelas da bola e não passam de voeyurismo puro.
mas adiante. vivemos um tempo em que estamos em crise. não há dinheiro para nada. no jornalismo, tal argumento serve para duas coisas: despedir jornalistas e impedi-los de fazerem o seu trabalho, ou seja, reportagens, procurarem notícias, etc. pois parece que lá fora as coisas são um bocadinho diferentes. a julgar pelas reportagens de alguns dos nossos jornalistas desportivos, a Selecção portuguesa tem sido alvo da atenção de inúmeros meios de comunicação internacionais. também por isso, a sala de imprensa no estágio da equipa lusa na Polónia vai ser enorme. todos fazem o trabalho de casa e, apesar da crise mando jornalistas para verem como as outras equipas estão a trabalhar.
nós, por cá, estamos limitados a dizer os resultados das equipas com as quais a Selecção vai jogar (Alemanha, Holanda e Dinamarca) e a dar as reportagens dos bastidores, tão ricas em informação. como jogam os adversários, quem são os seus jogadores, que tipo de preparação fazem, isso não interessa para nada.
a cobertura de um grande evento desportivo resume-se, por isso, a acompanhar as futilidades. tal como acontece na maioria dos acontecimentos políticos. e, infelizmente, parte da culpa é do jornalismo que se pratica...

actualização às 21h26: depois de ter escrito este texto pude ver que a TVI acompanhou a viagem do avião da Selecção através de uma daquelas aplicações para tablets que nos dão os percursos dos aviões. a SIC optou por transmitir a aterragem desse mesmo avião e o jornalista fez uma espécie de relato como se de um jogo de futebol se tratasse. tudo informação importante... ou não.

02 junho 2012

tradição e velhos hábitos

quando o despertador tocou, o relógio pouco passava das 7 horas. uma hora pouco habitual para levantar ao sábado mas com boas ideias em mente. depois de ir levar o meu irmão ao trabalho, eu e a Paixão fomos ao mercado. o pequeno-almoço não podia ser outra coisa senão massa frita (aquilo que no resto do país chamam de farturas e na terra da minha avó é brinhol) e café de saco. comi que me consolei antes de uma périplo pelas bancas do mercado que, aos sábados, funciona em pleno.
fiquei com vontade de uns carapaus fritos com arroz de tomate, mas as compras não passaram pelo peixe. trouxemos cerejas de S. Julião (menos conhecidas mas tão boas como as da Gardunha), um belo queijo seco, e outros horto-frutícolas, quase todos eles de produção própria dos vendedores. a saber: cenouras, courgetes, maçãs, tomates, cebolas com pé, espinafres e só não trouxemos ovos porque desses temos oferecidos pelos pais.
o ambiente num mercado é fresco, saudável e, se soubermos lidar com as sugestões dos vendedores - que passam o tempo a tentar vender mais qualquer coisa - então podemos trazer muitos produtos com mais sabor do que aqueles que encontramos nos hipermercados (muitas vezes têm frutas e legumes ainda verdes só para cumprirem o calibre) e por menos dinheiro. acreditem, dos produtos que compramos mais cá para casa, tomates e maçãs, trouxemos, desta vez, a preços bem mais convidativos e sem recurso aos 99 cêntimos. Ali, os valores são quase sempre certos, não custa 1,29€ mas 1,30.
feitas as compras ainda o dia estava a começar e, por isso, que tal uma incursão a Espanha, à vila onde fui um sem número de vezes quando era miúdo. e ao provar uma fatia de presunto da qualidade que acabei por trazer para casa, recuei 25 anos e dei por mim a comer um "bocadillo de jamon" preparado pelos meus pais junto a uma fonte.
foi tão intenso que não pude deixar de trazer uns gramas, juntamente com uns pimentos do piquilho e, claro está, um pão em formato de cacete. viciados em hojaldre de chocolate, não resistimos e tivemos de comprar a variante com ovo, só para provar.
pouco passava das 11 horas e já tanta coisa feita. inclusivamente, mais uns preparativos para o casório. se ainda não era tempo de voltar à mesa para almoçar, ora que bela ideia tomar café com os pais e dar dois dedos de conversa. entretanto aproveitámos para mais comprar mais uns ingredientes que servirão de experiência para o jantar...
foi uma magnífica manhã de sábado que culminou em casa com o almoço. depois da sopa de feijão verde, um sumo natural de melância e morango foi o acompanhamento perfeito para um petisco ibérico, com queijo seco da serra de S. Mamede, presunto pata negra e pão espanhol. para tal terminar, café (português, Delta, só podia ser assim) e o dito hojaldre de ovo. delicioso.




com a barriga cheia e meio dia bem passado, o corpo pediu uma sesta e eu fiz-lhe a vontade. foram 40 minutos retemperadores. agora até ia, novamente, laurear a pevide e jantar ao outro lado da fronteira num programa idealizado com mais uns amigos há já bastante tempo. mas isso vai ter de ficar para outro fim‑de‑semana porque há amigos que trabalham, o irmão também e hoje não pode haver noitadas porque, amanhã, o despertador vai voltar a tocar bem cedo, de madrugada mesmo... às 6 horas da matina!!!


p.s. - bem, se calhar agora convém embrenhar-me um bocadinho nas páginas do mestrado.

29 maio 2012

afinal precisamos de mais umas empresas. os boys são muitos...

o nosso PM entrou com tudo quando ganhou as eleições. disse logo que iria acabar com algumas empresas públicas que só davam prejuízo. mas, se calhar, isso dava muito trabalho, porque em algumas estão... amigos. então o que fazer? este Governo decidiu... criar mais empresas!!! brilhante!!!
estas empresas vão vender água. já não nos chegava as inúmeras companhias a operarem nessa área que todos nós temos dúvidas da sua real utilidade para além de albergarem os boys dos partidos (quais sem-abrigo)...
e como se não bastasse, Passos arranja mais uns lugares para os Catroga desta vida e ainda faz com que todos no país paguem 2,5 a 3€ por metro cúbico de água. se pensarmos que há regiões em que a água custa apenas um euro, está claro que vai haver muita gente a ganhar dinheiro à conta de, mais uma vez, todos nós.
não chega já de nos mandarem areia para os olhos???

vendedor de luxo

Cavaco é PR mas a avaliar pelo seu comportamento nas visitas de Estado, o homem não sabe o que é isso. neste passeio pelo Oriente, o sr. de Boliqueime foi um mero delegado comercial. se assim é, proponho que deixe de receber qualquer ordenado, disponha de carro e telemóvel próprios e apenas receba comissões das vendas. se fizer um bom trabalho ganhará, certamente, mais, pois este Governo está doidinho para se desfazer de muito património e empresas, como o caso da TAP...

16 maio 2012

desabafos

bastou os números começarem a resvalar para o nosso Pm deixar de andar de peito feito a dizer que cumprimos "custe o que custar" e remeter-se ao silêncio. hoje nem piou quando o confrontaram com os números do desemprego. já são quase 15% com uma excelente oportunidade para mudar de vida.

um especialista em emprego/trabalho, Luís Bento, disse hoje que não há trabalhadores a mais na Função Pública. há, sim, gente a mais a trabalhar para os órgãos de soberania e não a trabalhar para os cidadãos. boa parte são resquícios dos que entraram com novos elencos governamentais e foram ficando quando estes deixaram o poder. porque, infelizmente, quem manda preocupa-se em ter mais um motorista novo do que reforçar serviços sem capacidade de resposta para as populações.

o embuste que está na Segurança Social, diz que o desemprego é o maior problema nacional. a avaliar pelas prioridades do Governo, isso não é verdade. ainda assim, diz que os mecanismos de protecção social existem precisamente para isso, para proteger quem teve a infelicidade de ficar sem emprego. esqueceu-se foi de dizer que, desde que trocou a Vespa pelo Audi A8, que tem reduzido os orçamentos desses mesmos mecanismos.

e podia continuar a mandar postas de pescada. mas já estou fartinho...

10 maio 2012

atravessar Portugal... de bicicleta

estes grandes malucos saíram de Bragança e têm descido rumo... a Sagres. são nove dias (1200 quilómetros e 30 mil metros de acumulado) sempre a pedalar por paisagens ímpares, maioritariamente no interior do país. ontem, os participantes chegaram a Castelo de Vide, tendo partido em Monfortinho. foi uma etapa dura, com quase 150 quilómetros de extensão e mais de três mil metros de acumulado. no vídeo vê-se bem as dificuldades que já tinham na chegada à vila alentejana.



hoje, a caravana segue rumo a Reguengos de Monsaraz, e começou por passar nas Carreiras, em Alegrete e em Monforte. na frente está Vítor Gamito, o antigo ciclista que chegou a vencer uma Volta a Portugal. destaque, ainda, para o João Pedro Conde, de Portalegre e membro do Penhas BTT Team, que após a quinta etapa era 28º entre 62 inscritos, embora destes, apenas 44 se mantenham em competição.

quem estiver interessado, pode obter mais informações aqui e ver os vídeos das etapas aqui.

nota: raios partam a queda de ontem. continuo aflito do ombro e não consegui ir à chegada de ontem nem pude ver o início da prova de hoje. mas o que interessa é recuperar e largar estas dores que nem me deixavam dormir.

07 maio 2012

um programa sobre comida que é um documentário social e um retrato de uma cidade e de um país

Anthony Bourdain tem aquele estilo meio rock & roll, meio desleixado e anda pelo mundo fora a fazer televisão. mas é uma televisão muito própria. porque o chef norte-americano adora comer e beber. e o que ele faz nos seus programas, na conceituada e premiada série "No reservations" (Sem Reservas - passa na SIC Radical) é isso: come e bebe.


mas cada episódio é muito mais do que um simples programa sobre comida. é muito mais do que isso. como Daniel Oliveira já escreveu no Expresso, "Anthony Bourdain tem um programa sobre comida. Ou seja, Anthony Bourdain tem um programa sobre a vida".


na televisão nacional, como infelizmente a política é comprar programas dos anos anteriores (calculo que sejam mais baratos), ainda só podemos ver o temporada 7. mas na oitava, Bourdain vem a Portugal pela terceira vez. desta feita, pára em Lisboa.


que programa... Bourdain mostra o que de bom se faz no fogão mas não se fica por aí. entre uma pata de caranguejo, uma guitarrada dos Dead Combo, o pensamento de António Lobo Antunes ou uma piada de José Diogo Quintela, o chef norte-americano mostra o que é Portugal no início do século, os dilemas económicos, as regras (algumas delas absurdas) que chegam de Bruxelas e com as quais todos temos de viver, as conservas, as bifanas ou um mercado tradicional.


não sei quando vamos poder ver este documento, que envergonha muitos trabalhos de informação sobre Portugal, na televisão. mas por via das dúvidas, e mesmo sem legendas, vale a pena ver...





a espera valeu bem a pena...

foram muitos os meses de antecipação. desde outubro/novembro do ano passado que andava a preparar a participação na Maratona de Portalegre BTT, na versão meia-maratona, ou seja, com 60 quilómetros. a espera valeu bem a pena. a minha primeira participação naquela que é considerada a grande festa do BTT nacional foi inesquecível.

partida
a meta era simples: chegar ao fim. mas depois de ter feito duas meias-maratonas bem duras nas semanas anteriores, acrescentei um objectivo: completar a distância entre as quatro horas e as 4h30. não deu. precisei de 5h20. mas é mesmo assim. quando andamos em grupo, o colectivo fala sempre mais alto. e se combinei fazer a maratona com mais dois amigos, assim aconteceu. é muito bom, porque nos incentivamos uns aos outros e quando um se vai abaixo, os outros esperam e ajudam. aconteceu com os três em momentos diferentes. ainda assim, foi pena alguns problemas mecânicos. não tivessem surgido e teríamos chegado mais cedo e menos desgastados, porque as quebras de ritmo dão cabo de nós. mas as coisas são mesmo assim, faz parte e não foi por isso que deixámos de desfrutar desta experiência.

os primeiros 15 quilómetros foram em asfalto. para quem faz BTT, parece não fazer sentido, mas para além da passagem na cidade propriamente dita, serve de excelente aquecimento e permite estender o pelotão com uma subida bem selectiva. se assim não fosse, chegaríamos aos trilhos e haveria um enorme engarrafamento. é preciso saber gerir uma prova com cerca de 2000 participantes e, neste caso, a organização fá-lo na perfeição.

no início da grande subida
a primeira parte em terra foi excelente. quase sempre a descer, a diversão atingiu o limite. acho que nunca tinha tido tanto gozo em cima de um bicicleta. depois do primeiro reabastecimento começaram as primeiras dificuldades a sério e, pelo meio, ainda houve tempo para me perder estupidamente e para termos de trocar a câmara de ar furada na bicicleta do meu irmão.

o grande desafio desta maratona, na versão mais curta, era uma subida com cerca de 12 quilómetros. foi dura quanto baste, mas não fosse o cansaço nas pernas e nem me teria apercebido da extensão do desafio, pois entre conversas com os companheiros da aventura e as paisagens deslumbrantes do Parque Natural da Serra de São Mamede, parece que a subida até foi mais pequena do que na realidade.

a partir daí, e apesar de mais duas dificuldades (uma delas bem tramada, com piso cheio de pedras soltas e escorregadias por causa da humidade), voltei a aumentar a velocidade e a divertir-me ao máximo em todas as descidas até regressar a Portalegre.

no final... cansados mas felizes!
no final, inteiro e com a satisfação de ter chegado ao fim, tinha uma deliciosa sopa de cação à espera que soube maravilhosamente bem. para o ano há mais. e até lá vou continuar a pedalar.

o registo do GPS pode ser visto aqui:

29 abril 2012

mérito ou demérito

o FCP conquistou novo título nacional mas, acredito, que mais do que o mérito que possa ter tido, houve demérito do Benfica. custa dizê-lo mas é a mais pura das verdades. infelizmente, com JJ, a equipa do Glorioso só joga meio campeonato, meios jogos, meios troféus. o senhor do farandol, bazófias e teimoso como poucos, insistiu vezes sem conta no erro e deu-se mal.

independentemente das arbitragens, não é possível ter cinco pontos de avanço e esbanjá-los. custa quase tanto como ter visto o FCP ser campeão na Luz no ano passado.

agora é altura de pensar muito bem o que queremos para o próximo ano. uma coisa é certa, eu não quero vitórias morais. não me chega ver JJ dizer que antes dele chegar nem passávamos as fases de grupos da Liga dos Campeões. o que fica são os títulos. e esses são poucos na temporada que está a chegar ao fim. A Taça da Liga não chega.

parabéns ao FCP que conseguiu, mesmo com problemas no plantel e um treinador fraco, vencer mais uma campeonato. e não, não vou estar aqui a queixar-me dos árbitros, dos penaltis que não são mas marcam a favor do FCP ou dos que são mas não marcam para o Benfica. repito, com pontos de vantagem, não se pode perder a vantagem e entregar o título ao adversário.


19 abril 2012

emocionado

a pobreza é como a heroína. pode corroer aos bocadinhos, mas fá-lo com uma eficácia tremenda. anteontem voltei a emocionar-me. a brilhante crónica de Fernando Alves, na rubrica diária, Sinais, na TSF, provocou tamanha libertação.

Alves conta-nos o episódio de Alejandro Toledo e do seu colega publicitário que ele encontrou a caminho de uma cantina social, para ir buscar comida. É uma realidade muita, a daqueles que, de repente, dão por si em desgraça, sem casa, sem sustento, sem solução.

mas que importa? perante os nossos líderes, portugueses, espanhóis, franceses, europeus, americanos... isso são danos colaterais, como se de uma guerra desnecessária se tratasse. desde que continuemos a alimentar aqueles que, de facto, têm vivido acima das suas possibilidades porque sabem que quando o sistema entrasse em colapso estaríamos cá todos para o manter.

entretanto surgem, todos os dias, casos como os do colega de profissão de Alejandro Toledo e que nos apertam as entranhas, essas mesmas que, ao que parece, os nossos políticos não têm.

sim, anteontem emocionei-me. deixo-vos o brilhante texto de Fernando Alves. se preferirem ouvir, têm a ligação em cima.

"Alejandro Toledo é um bem sucedido criativo de uma agência espanhola de publicidade. Há dias, caminhava em Madrid quando viu um antigo companheiro de profissão. Cumprimentaram-se e ele percebeu que o outro ia buscar comida a uma instituição de solidariedade.
Estou a contar-vos isto que li num jornal espanhol e não me sai da cabeça a frase de campanha de Sarkozy pedindo que votem nele para evitar uma crise como a da Espanha. E Mario Monti repetindo a cantilena. E a justa cólera dos espanhóis, Rajoy pedindo prudência nas declarações. Rajoy prudente, engolindo a cólera, engolindo a vontade de desatar o latim.
Mas Toledo percebeu que o outro, ainda ontem, tal como ele, um publicitário bem sucedido, ia agora à sopa dos pobres. Viu que o outro entrou num refeitório social e saiu com a sua ração de comida. Por dentro, a dignidade amarfanhada. Por fora, a roupa cuidada, disfarçando a condição de novo pobre.
Pode acontecer contigo, comigo. Já amanhã.
Alejandro Toledo ficou muito impressionado, a tal ponto que decidiu fazer um spot televisivo para a Caritas, chamando a atenção para a importância do trabalho humanitário. O resultado foi um filme comovente. Teria custado 40 mil euros. Mas todos os que nele participaram o fizeram gratuitamente. O homem que representa o novo pobre de Madrid é um malabarista que Toledo encontrou na rua. A menina que faz de sua filha é a filha de Toledo, o autor da campanha.
...
A primeira cena mostra-nos uma rua movimentada, fim de dia. A cidade já iluminada, reflexos de luzes nos estabelecimentos. Um homem, ainda jovem, caminha com uma menina. Agora ela pára. Encosta a cara ao vidro da montra. Tem um gorro roxo, uma mochila. Não larga um urso de peluche que aperta contra o peito.
O homem puxa uma enorme mala de viagem com rodas. Há uma loja de frutas. Atravessam, agora, um centro comercial. A menina chora junto a uma das montras. Depois senta-se no passeio. O pai incita-a a que prossiga. Estugam o passo, puxando a grande mala. O rosto do homem cruza-se com o de uma deusa da publicidade, num cartaz. Escureceu. É a menina que puxa agora a grande mala, como se fosse um cão pela trela. A casa pela trela. Há grupos de sem abrigo estendendo os seus cartões. O homem e a menina hão-de fazer o mesmo, adiante.
Agora amanheceu. Caminham de novo pelas ruas, entram na casa onde outros esperam não se sabe o quê. Podia ser uma sala de espera de um hospital. Sentam-se, o homem coloca uns sacos de plástico na cadeira ao lado. A menina não larga o urso de peluche. A fila começa a mover-se. Mulheres de bata branca estendem aos da fila embalagens com alimentos.
Saem para a rua. Agora estão sentados num banco de jardim. O homem abre a embalagem. É sopa, ainda fumegante. Ele dá sopa à menina. Talvez conte uma história enquanto leva a colher de sopa à boca da filha. Há um homem que toca acordeon. O homem e a filha sorriem. Abraçam-se. A menina corre para um escorrega.
...
Cala-te, Sarkozy. Um pouco de pudor. Verguenza."

este é o vídeo que Alves descreve...




Las Vegas

que susto apanhei eu ontem. recebi um mail com o assunto Las Vegas. não, a despedida de solteiro não vai ser na cidade do pecado. mas podia ser. e ver assim o nome da terra do jogo no assunto, lê-lo de chofre, assustou-me. depois caí em mim e pensei que num fim-de-semana não dava para voar até lá. ou melhor, até dava. mas de que valia passar lá duas horas? pouco. e assim fiquei com a curiosidade no máximo para saber onde os cinco mosqueteiros me querem levar.

em breve saberei... :)

best man

por vezes, até os melhores nos magoam...

15 abril 2012

46 km de BTT em Nisa, com divertimento, sofrimento e paisagens deslumbrantes

uma pedalada de cada vez, a minha evolução no BTT tem sido crescente. estreei-me nas maratonas para fazer uma meia de 35 km. dificuldade moderada. foi excelente para começar e como andava com um ritmo porreiro, cheguei ao fim e sentia-me muito bem.

passo seguinte, nova meia-maratona, em Nisa. 46 quilómetros e uma dificuldade em subida muito maior. as minhas pernas que o digam. foi preciso chegar aos 30 anos para saber o que é, de facto, uma cãibra.

mas os obstáculos foram todos superados. a dor de burro e o cansaço iniciais, a exaustão final. e valeu bem a pena. porque o BTT é  uma forma salutar e única de desfrutar da Natureza, foi impressionante descer trilhos xistosos, subir barreira de barro e fazer parte do percurso ao longo do Tejo. indescritível!

foi duro, foi difícil. exigiu pedaladas fortes, vigorosas e, depois, a bicicleta contentou-se com as possíveis. quase até não poder mais. mas a recompensa foi de tal forma que, depois do descanso merecido, já me preparo para nova maratona, desta vez mais abaixo, em Estremoz. dizem que a Serra de Ossa faz mossa!

pois que seja. lá estarei para tentar superar mais um desafio!

02 abril 2012

what a week



de domingo a domingo. uma semana no Rali de Portugal. desde 2005 que não falho um, mas nunca tinha estado envolvido durante tanto tempo. que para o ano haja mais.

29 março 2012

finalmente... Supernada

em Californication o rock é roll, puro e cru!

Hanni El Khatib. descobri este nome depois de ouvir uma malha brutal no último episódio que vi de Californication. entre White Stripes e Black Keys, este som é eléctrico!



aqui está a versão ao vivo no Porto. o início é tão genuíno e arrepiante...

28 março 2012

tampões nos ouvidos

a última vez que tinha recorrido a tampões nos ouvidos aconteceu em 2002, ou seja, há dez anos. vivia na Irlanda e tinha ido passar o fim-de-semana a Dublin. para pagar o menos possível, optei por ficar numa camarata com, se me recordo, 8 ou 10 beliches, ou seja, 16 ou 20 camas. a primeira noite foi péssima e no dia seguinte, mal me levantei, fui comprar uns tampões para poder ter um sono descansado.

esta noite tive de fazer o mesmo para tentar dormir uma hora que fosse. felizmente, os tampões que tinha na mochila, e que nunca usei nas muitas corridas de carros a que fui nos últimos anos, foram extremamente úteis. e eu que tinha pensado deitá-los fora há umas semanas, na limpeza que tinha feito.

as pequenas esponjas amarelas não isolaram o som do companheiro de quarto na totalidade, mas só assim consegui descansar um pouco. logo à noite vou "fechar" os ouvidos mal me enfie no vale dos lençóis.

27 março 2012

o campeão do Mundo continua a fazer a sua história... desta vez estreou-se na "catedral" dos ralis em Portugal

Sébastien Loeb é campeão do Mundo de ralis há oito anos... consecutivos! não há ninguém com tantas vitórias, tantos títulos, tantos recordes batidos no desporto automóvel. nem mesmo Michael Schumacher que foi campeão mundial de Fórmula 1... apenas (!!!) sete vezes.

mas há sempre uma primeira vez e, no passado sábado, foi a estreia do francês no mítico troço Fafe-Lameirinha. Loeb nunca tinha passado na famosa passagem de asfalto do Confurco porque a última vez em que esta especial se realizou para o Mundial de ralis foi em 2001, ainda o gaulês não competia no WRC.

mesmo a feijões, o francês não deixou de andar a fundo. desta vez não ganhou, ficou a duas centésimas do vencedor, Petter Solberg. mas nem por isso deixou de dar espectáculo e, quase de certeza que sentiu aquele arrepio na barriga ao vir os milhares e milhares que ladearam o percurso quase de início ao fim!

26 março 2012

o espectáculo já começou mas a competição só arranca na quinta

percursora, inovadora e nostálgica! é assim a edição de 2012 do Rali de Portugal. a principal prova automobilística que se realiza em Portugal, e uma das melhores do Mundo, começa na quinta-feira mas os adeptos já vibraram no sábado.

o ACP decidiu levar os WRC ao berço da modalidade em Portugal, e o troço Fafe - Lameirinha encheu-se de gente num fenómeno de massas e agregador cada vez mais raro. arrepiou ver aqueles milhares entoarem cânticos e estremecerem de emoção enquanto os seus ídolos passavam de forma sempre espectacular.


hoje e amanhã já há reconhecimentos mas é na quinta-feira que a competição tem início a contar. a super-especial de Lisboa dá o mote para quatro dias de contra-relógio, enquanto os três troços nocturnos desse mesmo dia são o primeiro e novo desafio que os pilotos terão pela frente.

este é um dos momentos grandes do ano e eu não falto. :)

23 março 2012

serão só episódios?

relativizar faz parte da política. mas fazer política e relativizar a condição humana é muito pouco digno, mesmo para essa actividade tão "nobre". perdoem-me as aspas, mas a políticas ao mais alto nível em Portugal bate, todos os dias, no fundo. ouvir o ministro da Defesa relativizar (insisto no termo) a actuação da polícia na manif em Lisboa é preocupante. porque, em primeiro lugar, demonstra que não esteve a par do que aconteceu. em segundo, revela bem a inexistente preocupação pelos portugueses, os seus concidadãos, aqueles que constituem a sociedade portuguesa, que tornam o país dinâmico, activo... mesmo que determinados sectores, muito pequenos mas com acesso ao capital, tente menosprezar todo esse valor (podemos mesmo chamar-lhe capital) por causa da ganância que lhes é inerente.

a acção da polícia foi absurda. os agentes não podem desatar à bastonada daquela forma. não têm esta coragem quando é preciso controlar claques, entrar em determinados bairros ou combater determinado tipo de crimes. nesse caso lamentam-se porque sofrem de falta de condições.

última nota: não fiz greve. não por falta de vontade mas porque neste momento não posso. não tenho emprego. mas se critico a forma vergonhosa como quem está no poder reage à revolta e à indignação de quem faz greve, se manifesta ou simplesmente defende outros caminhos para sairmos deste buraco, também critico todos aqueles que se armaram em moralistas na última greve geral do governo de Sócrates (disseram que as greves não resolviam nada e que o que era preciso era trabalhar) mas que agora não afinam pelo mesmo diapasão. têm de ser coerentes. prefiro continuar sem concordar com determinadas pessoas e respeitá-las do que vê-las a saltitar de opinião em opinião conforme a cor que pinte as paredes de São Bento.

08 março 2012

o lodo político

a política tem o seu lado nobre quando praticamente por aqueles que se preocupam com a comunidade, com o bem comum. a discussão, o argumento de ideias, o debate devem ser fomentados e as decisões políticas são meritórias quando se opta pela melhor solução das existentes, sempre em benefício da sociedade em geral e não de alguns ou de uma minoria.

infelizmente isso não acontece em Portugal e, creio, na maior parte dos países que se auto-intitulam de desenvolvidos. hoje, dia da mulher, há histórias e notícias que nos fazem engolir em seco. para começar, com anos avanços, as mulheres continuam a receber menos que os homens em profissões ou tarefas iguais. no nosso país a diferença é de 13 por cento, melhor que a média europeia, que é de 17 por cento. mas em Portugal só 6 por cento dos cargos de administração são ocupados por mulheres, contra os 27 por cento da Finlândia. a este respeito estamos conversados. é mesmo triste, principalmente quando muitas empresas invocam o critério da competência para terem mais homens à frente dos destinos das empresa. enfim.

começou hoje o caso Freeport. não há nenhum político no banco dos réus. nem digo mais nada.

vamos ao que me levou a abrir o blogue e a escrever. ora há pouco tempo, o ministro da segurança social (ou deverei dizer da caridadezinha mesquinha?) anunciou que, por erro dos serviços, muitas pessoas estavam a receber mais do que deviam em subsídios e afins. como medida de justiça, esta gente, muita sem possibilidade de subsistência, teria de devolver esse dinheiro... a começar já. pois ontem descobriu-se que a Lusoponte, aquela empresa liderada por um antigo ministro de Cavaco (podemos até dizer que Ferreira do Amaral está para a Lusoponte como Jorge Coelho está para a Mota-Engil), cumpriu as indicações do Governo e cobrou portagens em Agosto na 25 de Abril. Como o fez, o Estado não teria de pagar quase 5 milhões de euros em compensações. mas, adivinhem, pagou. terá sido por engano comp nas contas da segurança social? dúvido. entretanto,há uma diferença entre estes dois casos: os dos subsídios da segurança social tiveram de começar a devolver. a Lusoponte, do subsídio das portagens, vai ficar com o dinheiro. a empresa já disse, ouvi na rádio, que não tencionava receber qualquer verba a que não tivesse direito. mas não tenciona devolvê-la. um secretário de Estado também já disse que não vai pedir o dinheiro de volta porque este ficará para pagar futuras compensações relativas a este ano. quais? já não há borlas para os utilizadores em mês nenhum. enquanto centenas de empresas vivem asfixiadas porque o Estado (seja central ou as autarquias) deve milhões e põe em causa a economia, os empregos e a consistência destas companhias, muitas delas pequenas e médias, há uma liderada por um antigo ministro de Cavaco que recebe a dobrar a tempo e horas e não devolve. é uma espécie de fiel depositário.

no meio disto tudo, o PSD veio dizer que a culpa é do PS porque este fez um contrato blindado com a Lusoponte (desta não esperava eu agora, sinceramente) e ainda disse aos socialistas para se deixarem de "chafurdice política" ao falarem de episódios menores, como este.

ah, creio que foi o vice-líder da bancada parlamentar que disse tudo isto e se justificou a incapacidade do Governo em recuperar o dinheiro pago com os contratos blindados, depois disse à jornalista da TSF, que foi possível tornear esse mesmo contrato na questão da cobrança das portagens em Agosto passado com situação difícil pela qual o país está a passar.

entre a chafurdice e o lodo políticos, venha o diabo e escolha...

29 fevereiro 2012

falta pouco para o circo começar

o grande circo que é a Fórmula 1 está prestes a começar. em meados do próximo mês, o Mundial tem início nos antípodas, com o Grande Prémio da Austrália.

e nada melhor do que a Red Bull que fez um pequeno vídeo para acelerar o ritmo cardíaco dos apaixonados pela Fórmula 1...

19 fevereiro 2012

paranóia

a paranóia do BTT atacou-me em força. desde que comprei a bicicleta, em setembro, já fiz mais de 1300 quilómetros. para quem leva a disciplina a sério, isso não é nada, mas eu sou um simples praticante que o faz de forma recreativa, que gosta de dar uns passeios com mais malta, de conviver e, acima de tudo, desfrutar de ar puro e das magníficas paisagens. reaprendi uma coisa, esta é uma das melhores formas de descobrir o campo e encontrar tranquilidade e paz de espírito. enquanto sofro a subir, ou procuro descer depressa mas sem cair, vou concentrado em mim e na bicicleta, numa experiência ímpar sempre que tenho sempre que me monto e saio para mais umas pedaladas.

independentemente dos quilómetros percorridos, estas voltas de BTT fizeram-me recuperar algumas coisas tão boas e simples. uma delas foi experimentar a vida no campo de uma forma que sempre gostei, como eram as idas aos tortulhos com os meus pais, a apanha da castanha ou piqueniques junto à barragem na primavera. no outro dia, por exemplo, assisti às brincadeiras de dois coelhos (acabaram em acasalamento) e, logo à seguir, lá ia a perdiz toda direitinha, como se fosse buscar a última garrafa de whisky... são muitos os encontros com vacas e vitelos por esses pastos fora.

com um inverno seco, custa ver os terrenos sem água. hoje, num passeio, fazíamos imenso pó. parecia que estávamos em pleno julho mas com temperaturas mais baixas. também nisso consigo perceber como os terrenos estão maus para quem vive da agricultura. e só o sei porque saio para os campos de bicicleta. ficar na cidade, mesmo que pequena, nunca me abriria os olhos para estas realidades.

numa fase mais complicada da vida a nível profissional, as duas rodas ajudam a esquecer e, acima de tudo, a ganhar ânimo. nos dias em que saio de casa e está vento (só quem pedala sabe o quão difícil e pedalar contra o vento) são muitas as vezes que penso: "é mais difícil pedalar contra o vento, literalmente, do que remar contra a maré, em sentido figurado."

08 fevereiro 2012

quase dá vontade de chorar

defendem os teóricos que os blocos informativos nas televisões, como o da hora de jantar, não deviam durar mais do que meia hora. não podia estar mais de acordo. teríamos informação sintética e directa. tudo o resto, em especial os fait-divers, seriam enquadrados noutro tipo de programas (com os canais de cabo, espaço não falta).

isto a propósito de mais uma preciosidade acerca do frio. no Telejornal de hoje, José Rodrigues dos Santos noticiou que já se faz sentir, de novo, o frio em... adivinhem... não, mais um compasso de espera... pois é, em Lisboa. a capital que tentam vender como uma cidade amena agora é o exemplo do frio que chega até este cantinho à beira-mar plantado. não é Bragança, não é a Covilhã. é Lisboa. justificar-se-ia se estivesse, de facto, mesmo muito frio. mas nem é o caso. tudo indica que as mínimas para hoje são de três graus... positivos!!! e a máxima andou a rondar os 15 ou 16.

e qual foi a solução? mandarem um jornalista para os jardins de Belém (foi o que me pareceu) perguntar às pessoas se lidavam bem com o frio, se custava muito e o que faziam para se aquecerem. as respostas foram... óbvias! ninguém disse que andava de calções de banho ou de biquini. as pessoas revelaram, para nosso espanto, que vestem camisolas, casacos. fiquei pasmado quando soube. porque aqui no Interior nós fazemos isso. afinal não estamos assim tão atrasados.

depois de uns minutos perdidos e de um bom exemplo de como não gerir uma redacção, quem definiu a linha editorial do Telejornal de hoje teve o desplante de falar da vaga de frio que assola a Europa, que já matou quase 500 pessoas (sim, 500 pessoas!!!), que há gente isolada, há pessoas sem electricidade, outras com risco de perderem as casas porque os telhados não aguentam a neve... e nós andamos aqui a brincar ao fresquinho que faz em Lisboa. poupem-me!

para culminar este momento muito infeliz da televisão pública, surgiu uma notícia (e aqui não há qualquer culpa da RTP que só fez bem em informar) ficamos a saber que há uma idiota (desculpem mas não arranjo outro termo) com responsabilidades governativas em França - é só secretária de estado da saúde - que aconselha os sem abrigo a ficarem em casa durante este fase mais rigorosa do inverno. casa? qual casa?

uma questão de probabilidade

qual é a probabilidade de ir contra uma vedação enquanto ando de bicicleta? não é grande. mas, no meu caso, esta aumenta substancialmente. apercebi-me disso hoje.

em primeiro lugar, sinto que cada vez me custa mais ver ao longe. e como os óculos de sol que uso quando ando de bicicleta não são graduados, a minha capacidade de ver o que me rodeia é menor.

a porteira está fechada. de um dos lados tem uma saca pendurada. pensei que do outro não houvesse cerca mas sim uma passagem de grade no chão (técnica utilizada que permite os carros passarem normalmente mas impede o gado de o fazer porque o espaçamento das tubagens é demasiado grande e as patas entram para o buraco).

sem problemas, o que é que fixe? continuem a pedalar ainda com mais vigor (era a ligeiramente a descer, o que ajudava). só percebi que a porteira estava fechada a menos de cinco metros. travões a fundo e embate. consegui reduzir bastante a velocidade mas não evitei um embate de primeiro grau com o raio dos arames.

situação caricata, esta. nunca imaginei que isso acontecesse, mas juntando todos os factores, porque não haveria de acontecer. e foi de tal forma que ainda tive de arranjar os estragos e endireitar a rede sustentada pelos paus. ele há coisas...

referências geográficas no jornalismo (quando Portugal é Lisboa e o resto é paisagem)

por vezes, os jornalistas também são obtusos. de forma inconsciente ou não, os erros acontecem e enfermam de um problema grave. porque são falhas de surgem, não por distracção ou por desatenção, mas porque, no dia-a-dia, as pessoas (neste caso os jornalistas) pensam assim. uma das lacunas que assistimos com regularidade nos nossos meios de comunicação social está relacionado com a forma diferente de tratar os assuntos porque aconteceram na capital, ou nos arredores, ou de não os tratar só porque a notícia foi em Castelo Branco, ou em Portalegre, ou na Guarda, e isso é um bocado longe e não dá jeito nenhum. por isso, não se informa.

podemos justificar esta não cobertura com o que se chama de constrangimentos organizacionais (ou não há pessoal, ou ir ao local fica caro, etc., etc.). mas o pior disto tudo é quando o jornalista assume, tal como determinados governantes, que Portugal é Lisboa e o resto é paisagem. ora vejamos estes dois casos paradigmáticos. nesta notícia, o jornalista situa o leitor quando coloca Laranjeiro no título. ou melhor, só o faz para quem sabe onde fica essa freguesia. a maioria dos portugueses não saberá. o mesmo seria dizer que algo tinha havido determinado acontecimento em  Abaças (Vila Real) ou em Conceição (Faro). a maioria dos leitores ficaria na mesma. só quem está familiarizado com a zona - deve ser o caso de quem escreveu o artigo - é que fica logo situado. neste caso passa-se exactamente o contrário. ou seja, não se revela o nome da freguesia no título (Sá), nem o concelho (Monção), nem mesmo o distrito (Viana do Castelo. não vá algum leitor do Laranjeiro (já agora aproveito para esclarecer que é uma freguesia de Almada, na margem sul do Tejo) não saber onde é, a situação resolve-se facilmente. no título desta notícia sabemos que é algures no Alto Minho. esta região até pode ser das mais pequenas de Portugal mas, ainda assim, tem uma dimensão considerável.

sei perfeitamente que isto acontece sem qualquer premeditação mas é este tipo de acções que revela a forma como se pensa nos meios de comunicação em Portugal. sendo que são os media uns dos mais importantes veículos para a promoção da identidade de um país e do seu povo, era importante que se pensasse de uma forma mais igualitária e se tratassem as mais variadas zonas do território nacional sob uma perspectiva mais uniforme.

04 fevereiro 2012

o dia em que me vi no meio de um cenário de guerra

ontem esteve frio. nem precisava de sair de casa para perceber isso. parece basta estar menos de 10 graus centígrados em Lisboa para que as televisões entrem em modo gelado e os seus jornalistas armem um pandemónio porque, finalmente, os cachecóis que orgulhosamente ostentam desde final de outubro (praticamente no dia seguinte ao último banho que deram na Caparica quando houve uma vaga de calor anormal para a época) têm utilidade.

parecia o pânico. cheguei a ouvir na SIC que era preciso coragem para se sair de casa. oh minha menina, só aqui que ninguém nos ouve: as temperaturas estavam positivas!!! sabe o que é isso? frio é o que passam os transmontanos em todos os invernos. enquanto essa gente passa frio, a menina não precisa sequer de ligar o ar condicionado do Smart porque Lisboa é uma cidade amena. mas se, porventura, a temperatura baixa dos cinco graus positivos é motivo, no seu entender, para recuperar as braseiras de picão, vestir três polares, colocar duas mantas térmicas por cima e fechar-se em casa porque o tempo lá fora está frio. será que não pensou no ridículo da situação? se fosse a si cancelava as férias na neve. diz que por lá as temperaturas são negativas. sabia que os países nórdicos estão fechados por causa do frio desde o início de dezembro? tudo porque seguiram o seu conselho.

mas adiante. não foi a idiotice de quem escreveu absurdo texto que me fez bater nas teclas. ontem esteve mais frio do que o habitual. mas na minha incursão pelos trilhos alentejanos em cima da bicicleta, não só combati as baixas temperaturas como me vi numa situação... estranha. passei por uma zona de guerra. exclamam: "deves estar a gozar." mas não estou.

ia eu tranquilo nas minhas pedaladas quando passei por dois batalhões de formandos que estão no curso da GNR. a marcharem, armados, caras pintadas de verde camuflado, fardas azuis. lá iam eles. e eu segui a minha vida. nem liguei. não é que mais à frente dou de cara com mais dois ou três batalhões, carros de apoio, unidade móvel de assistência médica, entre outras coisas? que aparato. e ainda por cima estavam mesmo no sítio onde eu tinha de passar para seguir o meu caminho. sem parar, continuem e, a determinada altura, um dos formadores disse-me "está a entrar numa zona de guerra". apesar do tom não ser muito assertivo, achei por bem acelerar a pedalada e dizer: "eu vou-me já embora", não fosse o diabo tecê-las. não passavam de treinos, mas nunca se sabe no que aquilo pode dar e, por via das dúvidas, pirei-me o mais depressa possível.

(agora que penso bem, isto não conta muito como tendo estado num cenário de guerra. ainda assim, foi uma experiência curiosa.) ah, note-se que quando os homens marcham e o líder entoa um daqueles cânticos que os soldados têm de repetir, só os da frente é que dão uso às goelas. os que marcham mais atrás aproveitam-se do ruído e não contribuem nem um bocadinho para o ambiente. escusado será dizer que o espectáculo perde força...

menos três :)

01 fevereiro 2012

iniciação descendente

and down, down, down...


foi sempre a descer. a estreia no downhill correu muito bem. finalmente pus os pés em cima dos pedais e mandei-me para a serra com a vontade de controlar o bicho de duas rodas, passar por cima de calhaus, fazer os primeiros saltos (ainda que pequenos) e evitar as quedas.


ainda houve tempo para descer umas quantas escadarias e testar os travões a fundo, sem evitar saídas em frente nalgumas curvas mais apertadas ou uns sustos sempre que os pés descolavam dos pedais. não é uma sensação agradável. mas mesmo com estes pequenos percalços, a diversão foi tremenda.

a próxima ainda não está marcada, mas está prometida.

ah, é verdade. obrigado ao "professor".

11 janeiro 2012

californication

já terei dito, porventura, que Californication é A série? se sim, então reafirmo-o. tem tudo de bom e especial. e ainda tem a particularidade de começar cada nova época num período pouco habitual, janeiro. eu já vi o primeiro episódio da quinta temporada. de topo!

cambada de miúdos mimados e mal-educados


antes de começar a discorrer a minha raiva, tenho de avisar que este texto pode ser agressivo e, de certa forma, preconceituoso.

esta noite fui ver Meia-Noite em Paris, o último filme realizado por Woody Allen. cada vez gosto mais das suas obras. uma história deliciosa e romântica que nos transporta para o passado. tal como o protagonista, não me importaria nada de, mesmo que por momentos, conviver com ícones da nossa literatura e das artes plásticas do século passado, como são Hemingway, Dali ou Picasso.

não foi, porém, o filme que hoje me levou a escrever. estou farto de assistir a tremendas faltas de educação. a projecção aconteceu no auditório da Escola Superior de Educação de Portalegre, numa iniciativa do Politécnico que leva o cinema aos estudantes e à comunidade. ninguém paga um tostão para ver bom cinema.

pois bem, parece que a iniciativa não é assim tão meritória, talvez por ser gratuita para os que assistem aos filmes. a sessão estava marcada para as 21 horas, mas foram muitos, cerca de um terço da plateia, que chegara, atrasados. como se isso não bastasse, ainda fizeram barulho, como se fossem pingentes da escola primária a entrarem para mais uma aula. não o são, mas, a avaliar pelo seu comportamento, a educação nas suas casas foi muito fraquinha.

infelizmente, não foram os únicos a precisarem de lições de educação intensivas. meia dúzia de meninas, e até uma senhora de meia idade, viram o filme. ou melhor, viram parte. porque em grande parte do tempo passaram-no a trocar mensagens via telemóvel, com aquelas luzinhas brancas irritantes que, num local escuro que deveria ser iluminado, apenas, pela tela, se tornavam quase intoleráveis.

foi preciso respirar fundo muitas vezes para não pegar nos aparelhos e parti-los. vontade não faltou!

no meio disto tudo, acho inadmissível a forma como pessoas bem formadas (supostamente), que frequentam o Ensino Superior, não saibam, afinal, o que é uma sala de cinema. a boa educação nunca fez mal a ninguém. bem pelo contrário. numa época em que falamos em competitividade, em soluções para a crise, acho que era preciso começar por aí, por educar bem as pessoas. não só formá-las para serem bons profissionais. de que vale alguém ter os conhecimentos se não sabe viver em sociedade?

aquelas meninas impertinentes vão ser, provavelmente, assistentes sociais, professoras de Primeiro Ciclo, educadoras de infância ou jornalistas. penso nisso e fico logo entusiasmado com o futuro... bem, se calhar não!

eu adoro cinema mas, não há dia nenhum que entre numa sala e não pense: "mas porque é que eu vim? tinha visto o filme em casa descansado e sem miúdos mal comportados a estragarem tudo."

04 janeiro 2012

não acredito em bruxas...

... mas por vezes parece mesmo que existem. passo a explicar. o último grande passeio de bicicleta já foi há bastante tempo, em meados do mês passado. entretanto, uma série de acasos e contratempos, entre os quais uma dolorosa otite, impediram-me de voltar a dar ao pedal. mas na passada semana tudo voltou ao normal. ou melhor, devia ter voltado. Na sexta-feira, juntamente com o meu irmão, lá fui dar uma volta. fizemos 2,8km. e ficámos por aí. uma peça partida na bicicleta do meu irmão ditou o fim prematuro (muito mesmo) de um passeio que se adivinhava espectacular. o regresso às lides aconteceu ontem. sozinho, fiz-me aos trilhos... por 3,5km! um furo acabou com o prazer. Tinha uma câmara de ar na mochila, só que a válvula não servia nas rodas da minha bicicleta. que grande galo. depois de ter retirado a câmara de ar furada numa operação à MacGyver (tinha-me esquecido das ferramentas em casa e tive de improvisar) percebi que a solução era voltar a montar tudo e fazer cerca de dois quilómetros a pé, a empurrar a bicicleta com a roda furada. agora só me resta tentar quebrar o enguiço, hoje ou amanhã.