13 junho 2006

O primeiro mundial... de outra perspectiva

Estranho? Sim, é estranho. Pela primeira vez na minha vida estou a viver um Mundial de futebol de uma perspectiva diferente e a palavra que mais “saltita” na minha cabeça é: estranho. Parece repetitivo para quem lê, mas a ideia é mesmo essa. Um dos maiores eventos desportivos do globo começou sexta-feira e o acompanhamento que tenho feito do acontecimento é completamente diferente do que me acontecia no passado.

Com quatro dias de competição, em que já foram jogadas 11 partidas, envolvendo 22 selecções, eu vi, apenas, um confronto. O primeiro da lusofonia, o da nossa selecção, o Portugal-Angola. Nada mais.

Tudo o que consegui ver para além disso não passou de meros resumos nos espaços informativos ou, por vezes, os programas especiais como o da RTP em que ainda tenho acesso a todo o folclore à volta de uma competição como esta. Porque o Campeonato do Mundo não é só futebol, é um fenómeno social, um encontro de civilizações, de povos.

Mas voltemos ao que me fez escrever este texto. A forma como eu acompanho o Mundial. No passado tudo era mais fácil. As transmissões eram, todas elas, em canal aberto. Mais democráticas e justas, todos tinham acesso a algo que mexe com a maioria das pessoas, seja em Portugal, no Brasil ou noutros que as suas selecções ficaram “às portas” do Mundial. Para além disso, o meu tempo livre já não é o mesmo. Na última grande competição futebolística, o Euro 2004, ainda andava com os livros debaixo do braço (ou não). Na verdade, quando a prova começou, já estava praticamente de férias. Dessa forma, pude acompanhar tudo com mais atenção. Não é que tenha visto todos os jogos, não é isso. Nem me interessava fazê-lo. Mas pelo menos podia fazê-lo, se quisesse. Agora, bem agora a realidade é outra. O melhor que posso fazer é ver jogos através da… Internet. Pois é, se não dá para seguir pela televisão lá vou lendo (sim, eu disse lendo) os lances, os cruzamentos, os foras-de-jogo e… os golos. Mais uma vez, é estranho!