29 fevereiro 2012

falta pouco para o circo começar

o grande circo que é a Fórmula 1 está prestes a começar. em meados do próximo mês, o Mundial tem início nos antípodas, com o Grande Prémio da Austrália.

e nada melhor do que a Red Bull que fez um pequeno vídeo para acelerar o ritmo cardíaco dos apaixonados pela Fórmula 1...

19 fevereiro 2012

paranóia

a paranóia do BTT atacou-me em força. desde que comprei a bicicleta, em setembro, já fiz mais de 1300 quilómetros. para quem leva a disciplina a sério, isso não é nada, mas eu sou um simples praticante que o faz de forma recreativa, que gosta de dar uns passeios com mais malta, de conviver e, acima de tudo, desfrutar de ar puro e das magníficas paisagens. reaprendi uma coisa, esta é uma das melhores formas de descobrir o campo e encontrar tranquilidade e paz de espírito. enquanto sofro a subir, ou procuro descer depressa mas sem cair, vou concentrado em mim e na bicicleta, numa experiência ímpar sempre que tenho sempre que me monto e saio para mais umas pedaladas.

independentemente dos quilómetros percorridos, estas voltas de BTT fizeram-me recuperar algumas coisas tão boas e simples. uma delas foi experimentar a vida no campo de uma forma que sempre gostei, como eram as idas aos tortulhos com os meus pais, a apanha da castanha ou piqueniques junto à barragem na primavera. no outro dia, por exemplo, assisti às brincadeiras de dois coelhos (acabaram em acasalamento) e, logo à seguir, lá ia a perdiz toda direitinha, como se fosse buscar a última garrafa de whisky... são muitos os encontros com vacas e vitelos por esses pastos fora.

com um inverno seco, custa ver os terrenos sem água. hoje, num passeio, fazíamos imenso pó. parecia que estávamos em pleno julho mas com temperaturas mais baixas. também nisso consigo perceber como os terrenos estão maus para quem vive da agricultura. e só o sei porque saio para os campos de bicicleta. ficar na cidade, mesmo que pequena, nunca me abriria os olhos para estas realidades.

numa fase mais complicada da vida a nível profissional, as duas rodas ajudam a esquecer e, acima de tudo, a ganhar ânimo. nos dias em que saio de casa e está vento (só quem pedala sabe o quão difícil e pedalar contra o vento) são muitas as vezes que penso: "é mais difícil pedalar contra o vento, literalmente, do que remar contra a maré, em sentido figurado."

08 fevereiro 2012

quase dá vontade de chorar

defendem os teóricos que os blocos informativos nas televisões, como o da hora de jantar, não deviam durar mais do que meia hora. não podia estar mais de acordo. teríamos informação sintética e directa. tudo o resto, em especial os fait-divers, seriam enquadrados noutro tipo de programas (com os canais de cabo, espaço não falta).

isto a propósito de mais uma preciosidade acerca do frio. no Telejornal de hoje, José Rodrigues dos Santos noticiou que já se faz sentir, de novo, o frio em... adivinhem... não, mais um compasso de espera... pois é, em Lisboa. a capital que tentam vender como uma cidade amena agora é o exemplo do frio que chega até este cantinho à beira-mar plantado. não é Bragança, não é a Covilhã. é Lisboa. justificar-se-ia se estivesse, de facto, mesmo muito frio. mas nem é o caso. tudo indica que as mínimas para hoje são de três graus... positivos!!! e a máxima andou a rondar os 15 ou 16.

e qual foi a solução? mandarem um jornalista para os jardins de Belém (foi o que me pareceu) perguntar às pessoas se lidavam bem com o frio, se custava muito e o que faziam para se aquecerem. as respostas foram... óbvias! ninguém disse que andava de calções de banho ou de biquini. as pessoas revelaram, para nosso espanto, que vestem camisolas, casacos. fiquei pasmado quando soube. porque aqui no Interior nós fazemos isso. afinal não estamos assim tão atrasados.

depois de uns minutos perdidos e de um bom exemplo de como não gerir uma redacção, quem definiu a linha editorial do Telejornal de hoje teve o desplante de falar da vaga de frio que assola a Europa, que já matou quase 500 pessoas (sim, 500 pessoas!!!), que há gente isolada, há pessoas sem electricidade, outras com risco de perderem as casas porque os telhados não aguentam a neve... e nós andamos aqui a brincar ao fresquinho que faz em Lisboa. poupem-me!

para culminar este momento muito infeliz da televisão pública, surgiu uma notícia (e aqui não há qualquer culpa da RTP que só fez bem em informar) ficamos a saber que há uma idiota (desculpem mas não arranjo outro termo) com responsabilidades governativas em França - é só secretária de estado da saúde - que aconselha os sem abrigo a ficarem em casa durante este fase mais rigorosa do inverno. casa? qual casa?

uma questão de probabilidade

qual é a probabilidade de ir contra uma vedação enquanto ando de bicicleta? não é grande. mas, no meu caso, esta aumenta substancialmente. apercebi-me disso hoje.

em primeiro lugar, sinto que cada vez me custa mais ver ao longe. e como os óculos de sol que uso quando ando de bicicleta não são graduados, a minha capacidade de ver o que me rodeia é menor.

a porteira está fechada. de um dos lados tem uma saca pendurada. pensei que do outro não houvesse cerca mas sim uma passagem de grade no chão (técnica utilizada que permite os carros passarem normalmente mas impede o gado de o fazer porque o espaçamento das tubagens é demasiado grande e as patas entram para o buraco).

sem problemas, o que é que fixe? continuem a pedalar ainda com mais vigor (era a ligeiramente a descer, o que ajudava). só percebi que a porteira estava fechada a menos de cinco metros. travões a fundo e embate. consegui reduzir bastante a velocidade mas não evitei um embate de primeiro grau com o raio dos arames.

situação caricata, esta. nunca imaginei que isso acontecesse, mas juntando todos os factores, porque não haveria de acontecer. e foi de tal forma que ainda tive de arranjar os estragos e endireitar a rede sustentada pelos paus. ele há coisas...

referências geográficas no jornalismo (quando Portugal é Lisboa e o resto é paisagem)

por vezes, os jornalistas também são obtusos. de forma inconsciente ou não, os erros acontecem e enfermam de um problema grave. porque são falhas de surgem, não por distracção ou por desatenção, mas porque, no dia-a-dia, as pessoas (neste caso os jornalistas) pensam assim. uma das lacunas que assistimos com regularidade nos nossos meios de comunicação social está relacionado com a forma diferente de tratar os assuntos porque aconteceram na capital, ou nos arredores, ou de não os tratar só porque a notícia foi em Castelo Branco, ou em Portalegre, ou na Guarda, e isso é um bocado longe e não dá jeito nenhum. por isso, não se informa.

podemos justificar esta não cobertura com o que se chama de constrangimentos organizacionais (ou não há pessoal, ou ir ao local fica caro, etc., etc.). mas o pior disto tudo é quando o jornalista assume, tal como determinados governantes, que Portugal é Lisboa e o resto é paisagem. ora vejamos estes dois casos paradigmáticos. nesta notícia, o jornalista situa o leitor quando coloca Laranjeiro no título. ou melhor, só o faz para quem sabe onde fica essa freguesia. a maioria dos portugueses não saberá. o mesmo seria dizer que algo tinha havido determinado acontecimento em  Abaças (Vila Real) ou em Conceição (Faro). a maioria dos leitores ficaria na mesma. só quem está familiarizado com a zona - deve ser o caso de quem escreveu o artigo - é que fica logo situado. neste caso passa-se exactamente o contrário. ou seja, não se revela o nome da freguesia no título (Sá), nem o concelho (Monção), nem mesmo o distrito (Viana do Castelo. não vá algum leitor do Laranjeiro (já agora aproveito para esclarecer que é uma freguesia de Almada, na margem sul do Tejo) não saber onde é, a situação resolve-se facilmente. no título desta notícia sabemos que é algures no Alto Minho. esta região até pode ser das mais pequenas de Portugal mas, ainda assim, tem uma dimensão considerável.

sei perfeitamente que isto acontece sem qualquer premeditação mas é este tipo de acções que revela a forma como se pensa nos meios de comunicação em Portugal. sendo que são os media uns dos mais importantes veículos para a promoção da identidade de um país e do seu povo, era importante que se pensasse de uma forma mais igualitária e se tratassem as mais variadas zonas do território nacional sob uma perspectiva mais uniforme.

04 fevereiro 2012

o dia em que me vi no meio de um cenário de guerra

ontem esteve frio. nem precisava de sair de casa para perceber isso. parece basta estar menos de 10 graus centígrados em Lisboa para que as televisões entrem em modo gelado e os seus jornalistas armem um pandemónio porque, finalmente, os cachecóis que orgulhosamente ostentam desde final de outubro (praticamente no dia seguinte ao último banho que deram na Caparica quando houve uma vaga de calor anormal para a época) têm utilidade.

parecia o pânico. cheguei a ouvir na SIC que era preciso coragem para se sair de casa. oh minha menina, só aqui que ninguém nos ouve: as temperaturas estavam positivas!!! sabe o que é isso? frio é o que passam os transmontanos em todos os invernos. enquanto essa gente passa frio, a menina não precisa sequer de ligar o ar condicionado do Smart porque Lisboa é uma cidade amena. mas se, porventura, a temperatura baixa dos cinco graus positivos é motivo, no seu entender, para recuperar as braseiras de picão, vestir três polares, colocar duas mantas térmicas por cima e fechar-se em casa porque o tempo lá fora está frio. será que não pensou no ridículo da situação? se fosse a si cancelava as férias na neve. diz que por lá as temperaturas são negativas. sabia que os países nórdicos estão fechados por causa do frio desde o início de dezembro? tudo porque seguiram o seu conselho.

mas adiante. não foi a idiotice de quem escreveu absurdo texto que me fez bater nas teclas. ontem esteve mais frio do que o habitual. mas na minha incursão pelos trilhos alentejanos em cima da bicicleta, não só combati as baixas temperaturas como me vi numa situação... estranha. passei por uma zona de guerra. exclamam: "deves estar a gozar." mas não estou.

ia eu tranquilo nas minhas pedaladas quando passei por dois batalhões de formandos que estão no curso da GNR. a marcharem, armados, caras pintadas de verde camuflado, fardas azuis. lá iam eles. e eu segui a minha vida. nem liguei. não é que mais à frente dou de cara com mais dois ou três batalhões, carros de apoio, unidade móvel de assistência médica, entre outras coisas? que aparato. e ainda por cima estavam mesmo no sítio onde eu tinha de passar para seguir o meu caminho. sem parar, continuem e, a determinada altura, um dos formadores disse-me "está a entrar numa zona de guerra". apesar do tom não ser muito assertivo, achei por bem acelerar a pedalada e dizer: "eu vou-me já embora", não fosse o diabo tecê-las. não passavam de treinos, mas nunca se sabe no que aquilo pode dar e, por via das dúvidas, pirei-me o mais depressa possível.

(agora que penso bem, isto não conta muito como tendo estado num cenário de guerra. ainda assim, foi uma experiência curiosa.) ah, note-se que quando os homens marcham e o líder entoa um daqueles cânticos que os soldados têm de repetir, só os da frente é que dão uso às goelas. os que marcham mais atrás aproveitam-se do ruído e não contribuem nem um bocadinho para o ambiente. escusado será dizer que o espectáculo perde força...

menos três :)

01 fevereiro 2012

iniciação descendente

and down, down, down...


foi sempre a descer. a estreia no downhill correu muito bem. finalmente pus os pés em cima dos pedais e mandei-me para a serra com a vontade de controlar o bicho de duas rodas, passar por cima de calhaus, fazer os primeiros saltos (ainda que pequenos) e evitar as quedas.


ainda houve tempo para descer umas quantas escadarias e testar os travões a fundo, sem evitar saídas em frente nalgumas curvas mais apertadas ou uns sustos sempre que os pés descolavam dos pedais. não é uma sensação agradável. mas mesmo com estes pequenos percalços, a diversão foi tremenda.

a próxima ainda não está marcada, mas está prometida.

ah, é verdade. obrigado ao "professor".