14 novembro 2007

há ladrões em casa???

Hoje tive uma daquelas sensações estranhíssimas que me fizeram acordar sobressaltado mesmo a meio da noite, não confirmasse o relógio despertador que todos os dias me acorda, que já passavam das três horas da madrugada. Absolutamente envolvido num sono profundo, acordei repentinamente com o barulho do computador. Passo a explicar...

Desde que mudei de casa, impus a mim mesmo que a televisão e o computador ficariam na sala. É uma questão de disciplina, o quarto é para dormir. Ontem, o portátil ficou ligado a fazer um download e a verificar se, porventura, tinha vírus. Não sei como nem porquê, foi em plena madrugada que esta bela máquina, produto da tecnologia, decidiu, por si só, reiniciar. O resultado não foi brilhante. O volume tinha ficado ligado e o som de encerramento foi tal que me acordou.

Até aqui tudo bem. Mas o meu grande problema aconteceu no preciso momento em que abri os olhos. Por alguma razão, meti na cabeça que estava gente em casa. Já não é a primeira vez que isto me acontece, mas há muito que não o sentia. É deveras atrofiante. A partir do momento em que acordo fico tenso, nervoso. Pensei: "Vou ficar aqui sossegadinho no meu canto porque se os gatunos não me ouvirem podem ir-se embora e eu safo-me." Que estupidez de pensamento, não? Só possível por ter alguns neurónios ainda meio dormentes, outros completamente baralhados pelo acordar violento.

Depois de alguns momentos enfiado debaixo dos lençois a tentar adormecer mudei de estratégia. Tinha de sair do quarto e confirmar que não havia ninguém. Sem o fazer nunca iria dormir descansado. "Tenho uma navalha ali guardada, se calhar é melhor ir buscá-la." Bem, nesta fase já sofria de alucinações só semelhantes às provocadas por algumas substâncias... Percebo, agora, o absurdo da situação. Mas há umas horas, parecia-me sensato sair do quarto, de faca em punho (qual cena de Hitchcock) em busca dos bandidos. Ridículo, no mínimo.

Em última instância, ganhei lucidez e levantei-me sem armas. Abri a porta com cuidado, para não fazer barulho, percorri todas as divisões da casa e aproveitei para uma paragem mais prolongada na casa-de-banho (não queiram saber, mas não é nada de anormal, garanto). Senti-me aliviado, afinal os bandidos não eram mais do que um simples produto da minha fértil (às vezes) imaginação.

Lá voltei para o vale dos lençóis que já tinham perdido um pouco do seu calor, e pude desfrutar de mais algumas horas de sono.

1 comentário:

Namaste disse...

Não sonhaste não.
Nem sequer foi fruto da tua imaginação.
Eu fui a visita lá de casa ontem à noite.
Foi só para dar um beijinho :p