03 setembro 2007

Quero uma borracha

Há momentos em que sentimos uma necessidade, insaciável mesmo, como se de um copo de água precisássemos para matar a sede, de ter uma borracha gigante para poder apagar determinados episódios ou coisas que nos atrapalham, nos incomodam.

Sobrevivemos, com força de vontade e muita persistência, a agruras e obstáculos que nos tentam derrubar, mandar para fora de um caminho que traçamos. Felizmente, também vivemos o oposto, momentos, episódios, situações que nos dão força, que nos motivam, que nos fazem vibrar de felicidade...

Recentemente senti vontade de esbofetear, castigar, punir alguém que durante muitos anos jogou, brincou e aproveitou-se do amor, da compaixão daqueles que a rodeavam essa pessoa. Senti uma enorme crueza no olhar frio e insensível de alguém que percebia ter feito muito mal a todos os que gostavam dessa pessoa e, mesmo assim vive em plena arrogância, pois tudo está bem quando ninguém tenta contrariar ou, simplesmente, alertar para algo perigoso. Perdoem-me a confusão destas frases, mas as ideias misturam-se num turbilhão mais violento que qualquer tempestade tropical ou tornado que afectam, recorrentemente, alguns países da América.

Queria uma borracha que apagasse tudo o que se passou, que a arrogância e a má-vontade deixassem o coração de tal pessoa para que a pureza e a honestidade tivessem espaço para brilhar...

Lá no trabalho continuamos a assistir a inúmeras injustiças. Temos um colega novo desde a passada semana, do meio da semana para ser mais preciso. Parece simpático e tem boa-vontade. Mas a sensibilidade dos chefes, por vezes, é tão grotesca que conseguem estragar tudo em dois ou três aspectos. Por vezes, a brutalidade com que agem faz-me lembrar um elefante numa loja de cristais. Primeiro, é inconcebível como pactuam com injustiças a diversos níveis, como as de hierarquia ou as salariais. Como é que alguém pode mandar noutras pessoas se nem sabe utilizar de forma correcta e práticas as ferramentas de trabalho? E como é que esse alguém, sem qualquer experiência profissional pode ganhar mais do que pessoas competentes, qualificadas e que já deram provas que são importantes na equipa? Penso que é por estas e por outras que, na maioria das vezes, as empresas não produzem mais. Não é falta de qualificação da mão-de-obra, não é falta de empenho. É sim uma enorme insensibilidade das chefias que, do alto dos seus tronos pensam que sabem e podem fazer tudo! Sinceramente, na minha opinião, certos directores podem ser muito competentes, mas quando se trata de relações humanas são verdadeiros trogloditas, ou será que deverei chamar-lhes de tiranos maquiavélicos (afinal, não acredito que não percebam as tensões que eles próprios criam)?

Com tudo isto, como é que querem que nos sintamos motivados? Não fosse o brio profissional...

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