10 setembro 2007

Haja uma...

Esta co-produção novelesca, autêntico sucesso de audiências em Portugal e no Reino Unido, está a ser um sucesso. Porém, como em tantos outros produtos televisivos que tanto fazem os telespectadores vibrar com histórias ficcionadas, esta trama, que apenas difere com as suas congéneres porque é real, já cansa.

Mas hoje prendi todas as minhas atenções numa notícia, das muitas que (infelizmente) ocupam os nossos blocos noticiosos. Era uma mulher inglesa, cidadã da vila onde mora o tal casal Mccann. Estava indignada! Não porque a miúda tivesse desaparecido. Ou melhor, a senhora lamentava o facto da pequena estar desaparecido (embora ainda acredite que esteja viva, dizia ela), mas como defendia, os pais já deviam ter sido presos ou, pelo menos, perderem os outros dois filhos. Porquê? Por negligência, pois está claro. E continuava, dizendo que a ela o assistente social do condado de Leicester já lhe tinha dito: "Minha senhora, se isto fosse consigo já lhe tínhamos tirado os filhos."

Mas, queixava-se a senhora, "eles são médicos, são ricos e por isso não lhes acontecesse nada". Isto é sintomático porque muita gente pensa da mesma forma. Todos sabemos que se isto fosse com um cidadão normalíssimo, provavelmente as coisas não tinham sido assim. É normal um casal conseguir tamanho mediatismo por ter perdido uma filha? É só por serem ingleses a passarem férias? Não creio. Acho que esta família não está tão inocente como se possa pensar. Corrijo, para mim eles são, de facto culpados. E mais uma vez subscrevo as palavras da conterrânea dos Mccann. "Queriam ir de férias com os filhos desta forma? Contratassem uma babysitter para cuidar das crianças ou levassem uma ama com eles."

Ah, e já viram a coincidência? O casalito viveu por cá durante quatro meses. Mas mal viu o bico dar a volta ao prego o que é que fez? Pisgou-se, fez as malinhas e refugiou-se em Inglaterra. Foi só para os filhos terem uma vida mais normal? Então e os tais discursos emocionados que não abandonariam a zona onde a filha tinha desaparecido...

Outra coisa que acho faraónico é o facto de marido e mulher, ambos médicos julgo eu, terem dinheiro, mas não tanto, suponho eu, para poder pagar tantos advogados, porta-voz. Isto é incrível. Nem sei que diga. Todo o processo me indigna. Acho tudo isto uma palhaçada...

Ah, só mais uma coisa. Ainda pensei colocar aqui um vídeo da Madeleine. Mas, pensando bem, mais depressa colocava de pessoas que desapareceram, nunca foram encontradas, mas também nunca tiveram a atenção de ninguém, particularmente das autoridades, quando o desaparecimento aconteceu. Assim de repente, lembro-me do caso do Rui Pedro... Casos assim não tiveram um centésimo do alarido da miúda britânica. Mais uma vez, penso que foi o dinheiro a falar mais alto!

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