08 outubro 2008

clássico e intemporal...

"Eu optaria por algo clássico e intemporal.
Algo que pareça que o Keith Richards lhe vomitou para cima."
Hank Moody, Californication

De certa forma, era isso que sentia no auge da adolescência, quando pertenci a uma banda e utilizava regularmente a minha guitarra eléctrica e o meu amplificador. Clássicos e intemporais, eram os pergaminhos de ambos para me sentir totalmente ligado a tão importantes objectos de uma época onde tanta coisa mudou. Independentemente das marcas, ou dos modelos, a minha guitarra era preta e, para mim, nessa altura a minha guitarra tinha de ser dessa cor. O amplificador também, com uma rede prateada e as reluzentes letras que formavam o fender, num dos cantos. Era importante para mim, de uma forma ou de outra, tê-los assim, no quarto, na garagem e no auditório do IPJ, na casa do F. ou mesmo numa casa abandonada, quase em ruínas, lá para os lados do Reguengo.

Ah, e acima de tudo, tinha de me sentir bem quando rodava os botões e clicava no ON.

Sentia todo aquele classicismo assumir uma forma roqueira crua, pura e ingénua, como eu o era na altura. Aliás, como todos nós éramos! Mas tudo aquilo sentia-se, com força, com, e perdoem-me porque não sei se posso escrever assim, punjança! Ah, e claro, sem o vomitado do Keith Richards...

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