02 outubro 2007

Que grande baile

A noite era de festa. Comemorava-se a passagem de ano, julgo que de 1999 para 2000. O Parque das Nações era um dos centros da folia na capital portuguesa.

Depois de algumas cervejas e outras bebidas com teor alcoólico, a vontade de mijar era muita. Fui à casa-de-banho. O frio era muito e tinha um gorro na cabeça que tapava uma ferida na testa, resultado de um confronto injusto com um vinho verde de pressão que me levou a tropeçar numas escadas.

Estava já em plena acção, muito mais aliviado, quando duas pessoas entram na casa-de-banho. Quase não dei por eles. Mas eles fizeram questão de dar por mim. "Oh bacano, dá aí uns trocos...", disse-me um.

Mas a percepção da realidade já não era a mesma. As cervejas tinham algo de poção mágica, sentia-me uma espécie de gaulês, sem receio de nada. Àquele pedido não tive outra resposta. Limitei-me a dizer: "Estás a dar baile?" Fez-se silêncio. O tempo parecia imenso até que um dos pobres rapazes diz para o amigo: "Vamos embora pá, que este gajo não é de confiança"...

Nota: A história não se passou comigo, isso é um facto. Mas optei por dramatizá-la e, na primeira pessoa, parece-me mais conseguido.

2 comentários:

Eva Luna disse...

tens faltado ao jantares do magusto!!!!

Anónimo disse...

Não, não está mais bem conseguido. Mais, tu nunca terias coragem para dar uma resposta dessa.
Borravas-te assim que te dirigissem a palavra e davas tudo, até o que não devias, se preciso fosse.