24 abril 2010

um problema não resolvido, à excepção da questão que preocupava a querida Inês e que já tem o que queria

Jaime Gama, o presidente da Assembleia da República, disse que se houvesse uma lista dos 100 problemas mais importantes do país, a questão do pagamento das viagens a Inês de Medeiros, senhora que é deputada pelo círculo de Lisboa mas que tem direito a uma viagem semanal, em executiva, até Paris (onde mora), estaria na 300ª posição.

se assim é, então tão distinta figura do Estado que assinou o despacho que aprova o "subsídio" optou por não resolver o problema. foi uma fuga para a frente. a senhora dona deputada quer viagenzinhas até Paris? seja feita sua vontade.

já li, já ouvi inúmeros argumentos contra e a favor de tal medida. José Lello, no cúmulo da sua irracionalidade, chegou mesmo a apontar a limitação da mobilidade dos cidadãos europeus se a "artista" não tive as viagens comparticipadas... a 100 por cento!!!

tenho uma opinião muito pouco flexível a este respeito. a senhora não tem direito a pagamento de viagem nenhuma por parte da assembleia e tal medida só aumenta o descrédito da classe política perante os cidadãos. quando Mário Soares defende que "dizer que os políticos são ladrões é uma maneira de maltratar a política" eu só tenho vontade de rir a bandeiras despregadas. desafio o antigo PR a inverter a questão. as pessoas só chamam ladr\oes aos políticos por medidas como estas.

imaginemos se a Estado pagasse ajudas de custo e viagens aos professores, aos polícias, aos guardas, aos enfermeiros espalhados por esse país fora, a trabalharem longe das suas casas. não quero entrar por aí. não vale a pena. afinal, como alguns sustentam, ser deputado não é emprego, é mandato. e isso muda tudo, pois claro!!!

sendo assim, acompanhem o meu raciocínio. a actriz mora em Paris. coitada, teve de deixar a cidade da luz para servir o país no Parlamento. mas candidatou-se por Lisboa. que raio, há aqui qualquer coisa que não está bem. ou melhor, ela que viva onde quiser, mas se é candidata pelo distrito da capital, então não há viagens pagas para o estrangeiro para ninguém. a senhora não foi eleita pelos emigrantes, mas sim pelos cidadãos da Amadora, de Sintra, de Cascais, de Loures e afins. que raio!!!

acho que este precedente é muito grave. imagine que se torna deputado(a) e tem família em Samoa. um conselho de amigo. mude para lá a residência porque sempre dá direito a ver os familiares... de borla!

digam o que disserem. esta medida é injusta e imoral! para a próxima que queira ser deputada e ter viagens pagas até Paris, candidate-se pelo circulo da Europa!

2 comentários:

Unknown disse...

Apesar de não concordar com as regalias a que os srs deputados têm direito, penso ser importante referir que, apesar da inêsita ter conseguido o apoio que queria, tal incentivo não poderá ultrapassar o valor de ajudas de custo estipulado como máximo dentro do nosso país. Ou seja, as ajudas às viagens da dita sra. não poderão ultrapassar as concedidas aos deputados da Madeira e dos Açores. Penso ser justo referir isso, porque se algum dia houver algum deputado que tenha a sua família em Samoa, o valor que receberá de ajudas de custo não poderá exceder o valor máximo estipulado para viagens dentro do país e assim sendo, tanto a inêsita como o que se venha a mudar para Samoa, terão de desenbolsar o restante valor...

João Picado disse...

tens razão, mas a violação do princípio é que é grave, pois não nos podemos esquecer que a srª dona artista se candidatou por Lisboa. neste caso muito particular, receber pela tabela máxima, o equivalente a um deputado dos Açores, não é nada mau. todos nós sabemos que uma viagem Lisboa - Paris fica bem mais em conta do que uma para qualquer ilha do arquipélago, mesmo em executiva.