18 maio 2009

valeram dois minutos

a feira de vaidades que é a gala dos globos de ouro causa-me uma má disposição que só se resolve mudando de canal. são as mulheres que aparecem com os vestidos emprestados, é o glamour forçado e imposto aos telespectadores, é a imagem de que ali, naquela sala, está reunida a massa encefálica deste nosso pequeno país.

errado, errado, errado!

mas, no meio de evento tão... inócuo, digamos, houve um momento raro de genuinidade, de verdade. foi bonito ver a atribuição do prémio para melhor actor de cinema. foi bonito ver Nuno Lopes chamar os restantes nomeados e partilhar o prémio. mas foi ainda mais profundo vê-lo oferecer o globo ao seu professor, António Feio. o mesmo que já tinha estado em palco para entregar uma estatueta e que teve o à vontade de fazer humor acerca do seu pâncreas, o órgão onde foi diagnosticado o cancro.

depois de uma série de entrevistas no tapete vermelho, à entrada do Coliseu, onde não se diz nada de interessante, onde não se aprende nada, onde tudo é mau; depois de uma secante cerimónia bastaram 2 minutos e afinal tudo valeu a pena.

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