11 junho 2007

Shakespeare bilíngue

Drama, comédia. Espectáculo de teatro com dois actores a representarem esse ícone da dramatologia britânica, William Shakespeare. É esse o resultado da adaptação da obra "King Lear" que o inglês escreveu e que João Garcia Miguel traduziu... mas não toda.

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É verdade, a peça é bilíngue. Por um lado, o actor português, Miguel Borges fala sempre na língua de Camões, enquanto o australiano, Anton Skrzypiciel, sempre que abre a boca fá-lo para debitar palavras usadas lá por terras de Sua Majestade.

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O resultado é uma salada linguística, uma obra interessada e que vi quase por acaso. Um bilhete à borla para os Festivais Gil Vicente, em Guimarães, e na quinta-feira lá estava eu e a paixão, cinco minutos antes do espectáculo começar, no Centro Cultural Vila Flôr. Gostei do que vi, tanto em cena como do edifício. É verdade, o espaço é fantástico. Numa cidade que respira história, por todos aqueles poros urbanos, este palácio remodelado mistura o passado com o futuro (não gostei muito deste cliché, mas enfim. Agora já o escrevi.). O granito e as paredes grossas de pedra não desapareceram, mas coabitam com a fachada de vidro reluzente e imponente. Quando vi isso pela primeira vez lembrei-me do Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona, um espaço com algumas semelhanças, por distantes que sejam. Em Portugal também temos bons exemplos de como fazer as coisas. A cidade condal pode não ser, para alguns, um exemplo a seguir no que respeita a questões arquitectónicas ou de urbanismo. Mas para mim é e como este espaço é meu... (não fico lá muito bem em dar numa de tirano, pois não? Eu sei, mas também quem me conhece sabe que isto não passa de uma brincadeira. Afinal este espaço quer-se democrático e por isso é que os comentários são livres.)

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