10 junho 2007

Já tinha saudades...

Guimarães é, cada vez mais, e por razões naturais, uma das cidades que mais me diz. Já lá não ia há bastante tempo e tenho de admitir que já tinha saudades.

Saudades de pisar a calçada do Toural, subir a Rua Gil Vicente (apesar do congestionamento), caminhar junto às muralhas a caminho da rotunda da Mumadona, beber café nas simpáticas esplanadas da praça da Oliveira.

Gosto de sentir o espírito, o ambiente que se vive na cidade berço. É fantástico entrar na Cervejaria Martins, sentarmo-nos ao balcão para comer um qualquer petisco, o prato do dia ou um prego no pão. As conversas andam à volta, na maior parte das vezes, de futebol. Nos ecrãs de LCD é comum passar uma qualquer partida do desporto rei, seja da liga portuguesa, espanhola ou inglesa. Mas ao contrário do que acontece na maioria do território nacional, os adeptos e inúmeros treinadores de bancada não falam de Benfica, Sporting ou Porto. É o Vitória que preocupa os vimaranenses. Aliás, o que Portugal assistiu durante o Euro 2004, em que as nossas janelas e varandas se engalanaram com o verde e vermelho do nosso país, é comum em Guimarães, mas com bandeiras brancas e pretas com as cores do Vitória e slogans como "Vitória de Primeira", numa clara alusão à subida do clube de Guimarães à primeira liga nacional.

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Mas regresso à Cervejaria Martins, em que entre conversas de bola pergunto:

- O que é que se come hoje?

- Pronto a sair temos Bacalhau à Braz e Lombinhos com cogumelos.

- Quero lombinhos, por favor.

- E para beber?

- Quero uma imperial, por favor. (Que estúpido. Por aquelas bandas pede-se um fino!)

Parece absurdo, mas este diálogo sabe bem. Gosto de o fazer naquele ambiente.

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Já não ia a Guimarães desde Janeiro e confesso que já tinha saudades. Tinha mesmo. E desta vez não fui comer um croissant à Caneiros, ainda não andei no teleférico e também não foi desta que fui ao Estádio D. Afonso Henriques. Mas mesmo que já tivesse feito tudo isso e outras coisas mais, continuava a ter vontade, e argumentos de sobra, para voltar à cidade onde nasceu este nosso pequeno país.

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