08 fevereiro 2012

quase dá vontade de chorar

defendem os teóricos que os blocos informativos nas televisões, como o da hora de jantar, não deviam durar mais do que meia hora. não podia estar mais de acordo. teríamos informação sintética e directa. tudo o resto, em especial os fait-divers, seriam enquadrados noutro tipo de programas (com os canais de cabo, espaço não falta).

isto a propósito de mais uma preciosidade acerca do frio. no Telejornal de hoje, José Rodrigues dos Santos noticiou que já se faz sentir, de novo, o frio em... adivinhem... não, mais um compasso de espera... pois é, em Lisboa. a capital que tentam vender como uma cidade amena agora é o exemplo do frio que chega até este cantinho à beira-mar plantado. não é Bragança, não é a Covilhã. é Lisboa. justificar-se-ia se estivesse, de facto, mesmo muito frio. mas nem é o caso. tudo indica que as mínimas para hoje são de três graus... positivos!!! e a máxima andou a rondar os 15 ou 16.

e qual foi a solução? mandarem um jornalista para os jardins de Belém (foi o que me pareceu) perguntar às pessoas se lidavam bem com o frio, se custava muito e o que faziam para se aquecerem. as respostas foram... óbvias! ninguém disse que andava de calções de banho ou de biquini. as pessoas revelaram, para nosso espanto, que vestem camisolas, casacos. fiquei pasmado quando soube. porque aqui no Interior nós fazemos isso. afinal não estamos assim tão atrasados.

depois de uns minutos perdidos e de um bom exemplo de como não gerir uma redacção, quem definiu a linha editorial do Telejornal de hoje teve o desplante de falar da vaga de frio que assola a Europa, que já matou quase 500 pessoas (sim, 500 pessoas!!!), que há gente isolada, há pessoas sem electricidade, outras com risco de perderem as casas porque os telhados não aguentam a neve... e nós andamos aqui a brincar ao fresquinho que faz em Lisboa. poupem-me!

para culminar este momento muito infeliz da televisão pública, surgiu uma notícia (e aqui não há qualquer culpa da RTP que só fez bem em informar) ficamos a saber que há uma idiota (desculpem mas não arranjo outro termo) com responsabilidades governativas em França - é só secretária de estado da saúde - que aconselha os sem abrigo a ficarem em casa durante este fase mais rigorosa do inverno. casa? qual casa?

1 comentário:

Anónimo disse...

Haja alguém que me compreende! Os nossos meios de comunicação social andam a precisar de aprender algumas coisas :)