19 fevereiro 2012

paranóia

a paranóia do BTT atacou-me em força. desde que comprei a bicicleta, em setembro, já fiz mais de 1300 quilómetros. para quem leva a disciplina a sério, isso não é nada, mas eu sou um simples praticante que o faz de forma recreativa, que gosta de dar uns passeios com mais malta, de conviver e, acima de tudo, desfrutar de ar puro e das magníficas paisagens. reaprendi uma coisa, esta é uma das melhores formas de descobrir o campo e encontrar tranquilidade e paz de espírito. enquanto sofro a subir, ou procuro descer depressa mas sem cair, vou concentrado em mim e na bicicleta, numa experiência ímpar sempre que tenho sempre que me monto e saio para mais umas pedaladas.

independentemente dos quilómetros percorridos, estas voltas de BTT fizeram-me recuperar algumas coisas tão boas e simples. uma delas foi experimentar a vida no campo de uma forma que sempre gostei, como eram as idas aos tortulhos com os meus pais, a apanha da castanha ou piqueniques junto à barragem na primavera. no outro dia, por exemplo, assisti às brincadeiras de dois coelhos (acabaram em acasalamento) e, logo à seguir, lá ia a perdiz toda direitinha, como se fosse buscar a última garrafa de whisky... são muitos os encontros com vacas e vitelos por esses pastos fora.

com um inverno seco, custa ver os terrenos sem água. hoje, num passeio, fazíamos imenso pó. parecia que estávamos em pleno julho mas com temperaturas mais baixas. também nisso consigo perceber como os terrenos estão maus para quem vive da agricultura. e só o sei porque saio para os campos de bicicleta. ficar na cidade, mesmo que pequena, nunca me abriria os olhos para estas realidades.

numa fase mais complicada da vida a nível profissional, as duas rodas ajudam a esquecer e, acima de tudo, a ganhar ânimo. nos dias em que saio de casa e está vento (só quem pedala sabe o quão difícil e pedalar contra o vento) são muitas as vezes que penso: "é mais difícil pedalar contra o vento, literalmente, do que remar contra a maré, em sentido figurado."

1 comentário:

Namaste disse...

nem deixas os coelhinhos namorar à vontade :p