27 agosto 2008

o estigma dos aviões e dos assaltos

Até há cerca de três semanas não havia problema nenhum. Viviamos numa pacatez quase irritante. Mas, de repente, dois rapazolas decidiram assaltar um banco e, uns dias mais tarde, houve um acidente de avião no aeroporto de Madrid com mais de cem vítimas mortais que todos lamentamos.

Mas não foi por causa dos reféns do assalto ou das vítimas do acidente aéreo. Afinal, passámos da monotonia para uma rotina cheia de roubos, mais ou menos violentos, e acidentes, incêndios e desvios de aviões.

Parece que até há cerca de três semanas nada disto acontecia. Víviamos sem problemas de segurança e os aviões eram infalíveis. Agora, todos os dias há notícias de assaltos a agências bancárias, roubos a carrinhas de segurança com bombas que só os militares deviam ter acesso, ou de desvios de aviões, motores de aeronaves que se incendeiam não se sabe muito bem porquê. Ai, a silly-season. Este ano não houve fogos mas houve roubos e acidentes de avião. Felizmente (este felizmente é extremamente irónico, como devem calcular) os políticos regressam de férias e o CDS, no auge da sua demagogia, já exige o final antecipado do descanso do parlamento, para discutirem em sessão extraordinária o aumento da criminalidade e a diminuição da segurança em Portugal.

Mas está tudo doido? Nós, cidadãos, não somos assim tão estúpidos. Todos sabemos que as coisas não andam famosas, mas daí a termos passado de um mundo sem emoção para uma sociedade que sobrevive à lei da bala e que os acidentes de avião são recorrentes. Tenhamos um pouco de tento!!!

Ah, e já agora, se os nossos políticos andam realmente preocupados com a segurança dos portugueses, então peço que tornem essa mesma preocupação permanente e não pontual, utilizada apenas quando dá jeito aparecer nas televisões porque entretanto foi tudo de férias e, com sorte ou azar, os portugueses já nem se lembram quem são os sócrates, as ferreiras leites, os jerónimos, os portas ou os louçãs da nossa praça.

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