são os precários dos recibos verdes, os precários com contrato, ou mesmo os precários que, apesar terem contratos sem termos ganham pouco, não têm perspectivas de futuro, não podem fazer planos, não podem ter filhos (e contribuir para a renovação geracional e para o futuro do país), quase não podem sonhar.
chamam aos jovens que estão nesta situação de geração à rasca. são licenciados, formados e competentes. mas saltam de estágio em estágio, com três meses de duração, e já são uns felizardos se receberem subsídio de alimentação e transporte. o resto? que banquem os pais que também têm de sustentar os avós porque as míseras reformas não chegam e o Estado descarta-se da sua responsabilidade social porque os filhos que ganham 1500 euros são "ricos".
como se lê aqui, a situação é mais complexa do que parece, mas não há dúvida que houve muita gente a aproveitar-se dos valores de Abril para agora viver a ganhar muito bem e com tão poucos anos de trabalho e descontos. independentemente de tudo isso, estamos a desaproveitar o potencial de quem lutou e trabalhou duramente para aprender, para se formar, para adquirir as bases e se tornar um profissional competente. estamos a falar de mesquinhez, de egoísmo, de vistas curtas. estamos a falar de uma sociedade pouco solidária, pouco justa, em que os amigos milionários colocam o dinheiro (ganho com o esforço dos seus trabalhadores ou com jogadas na Bolsa) na Suíça... porque Portugal tem de ter estradas boas para se passar um fim-de-semana de luxo naquele Turismo Rural na Beira Interior mas que o Estado as pague com o dinheiro de quem trabalha por conta de outrém.
pois a geração à rasca só quer trabalhar, contribuir para a prosperidade do país, para um futuro mais risonho em que se pode realizar os sonhos, concretizar os planos, promover uma sociedade mais igual, mais justa, mais solidária! a geração à rasca está farta de caciques, de corruptos, de esquemas, de falta de horizontes para um país.
esperemos que se faça clique e a geração à rasca consiga que esta manif contribua para um novo país que está cada vez mais pobre, mais triste, mais injusto, mais desigual. basta destes interesses instalados, destes senhores que não abdicam de invocar os valores de Abril quando precisam mas que pouco ou nada fazem para tornar Portugal progressista e equilibrado!
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