16 novembro 2006

Quase fiquei cego...

Ontem fiz a viagem Algarve-Lisboa ao final do dia, debaixo de tremendo vendaval. Entre o ritmo normal quando o piso da auto-estrada estava seco (porque havia momentos em que não chovia) e um máximo de 60 ou 70km/h quando passava por debaixo de fortes cargas de água, houve um momento em particular que nunca tinha presenciado. Atravessar uma trovoada de grandes dimensões (pelo menos assim me pareceu...) é uma experiência alucinante. Não, não fiquei cego nem perto estive de isso poder acontecer. Mas em plena planície alentejana, em que o horizonte só não é distante porque a chuva e o nevoeiro nos limitam a visibilidade, o espectáculo é apoteótico. De repente, três relâmpagos disparam simultaneamente num fenómeno de luz torrencial e assombroso. O clarão é tão forte e penetrante que sou obrigado a fechar os olhos por breves momentos para não deixar que tal luminosidade me fira até ao interior do meu cérebro. “Foi praticamente em vão”, pensei já com os olhos abertos mas com uma sensação estranha que não era de tontura mas sim de confusão. Fiquei encadeado, por sinal!

Só nos momentos seguintes percebi a gravidade real da situação. Aqueles breves instantes eram suficientes para provocar um acidente. Porque mesmo devagar, as dificuldades de aderência eram tão grandes que a qualquer momento um percalço podia acontecer. E se não conseguirmos ver…

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