23 julho 2006

Futebol e Lisboa Soundz

Não devia ter ido jogar à bola! Dito assim, nem parece meu. Eu que adoro ter o esférico nos pés e poder passá-lo aos meus amigos, colegas e companheiros de equipa. Mas há uma razão para o dizer. Há sempre uma razão. Com uma partida de futebol agendada para uma manhã soalheira de sábado, debaixo da estrondosa ponte Vasco da Gama - é gigante para quem a vê cá de baixo, assusta - onde há um constante zumbir de carros a passar como os escaravelhos que voam a alta velocidade e mais tarde, a meio da tarde para especificar, o início de um festival que se prolongaria pela noite dentro, algo havia de correr mal. Já não jogava bola (é tão bom poder dizer "jogar à bola", não é científico, não há tácticas nem estratégias, é apenas jogar, passar, tentar fintar, marcar golos, é bom, é livre, não há troféus a conquistar, joga-se apenas pelo prazer de jogar) há meses e o corpo ressentiu-se. No final do festival a cabeça latejava fortemente. Não que o som emanado pelo poderoso sistema de som me incomodasse. Nada disso. Simplesmente o cansaço era bastante e tentava empurrar-me para o rio Tejo que, naquela noite, nos abençoava com uma brisa suave e não muito fresca. O ideal para, de manga curta, vibrar-mos com as músicas alternativas (como rezam as críticas) de The Strokes...

E foi, de facto vibrante, forte, intenso (Durou nem uma hora e meia). Um concerto que nem a dor de cabeça conseguiu estragar, nem de perto nem de longe. Latejava, é verdade, mas o som das guitarras imunizava o sistema.

No final, já debaixo dos lençóis, os sinais de uma possível gripe anunciavam a tempestade. Vi, por momentos, a bruma nos céus, mas depois de muitas horas de sono (foram mesmo muitas) tinha sido falso alarme. Havia apenas a bonança de um dia de céu azul e limpo como que a abençoar a partida dos maiores veleiros do Mundo que deixavam Lisboa depois de por cá terem estado durante três dias. Da dor de cabeça nem sinal, apenas sentia alguns resquícios quando os movimentos laterais eram mais fortes. Assim, apenas as pernas podiam ter direito a queixar-se, mas tudo se resolve com mais umas partidas de futebol.

1 comentário:

bisgóia disse...

Não se actualiza esta cena?

;-)