Os pés já se arrastavam em sinal de desespero por um período de descanso. Desde bem cedo que sustentavam um peso bruto de um lado para o outro, juntamente com o desgaste dos dias anteriores.
Mas a chegada ao hotel estava prestes a acontecer. As cinco estrelas do resort à entrada de Vilamoura pouco me diziam. "Afinal, para quê tanto luxo se daqui a umas me levanto e saio, aproveitando apenas o bom pequeno-almoço servido?", pensava eu. O campo de golfe, a piscina, tudo isso ali tãp perto mas, ao mesmo tempo, inatingível.
As portas abrem-se para uma recepção com chão branco e alguns motivos, como o balcão, em madeira, criam um ambiente luxuoso, mas simples ao mesmo tempo. Só que algo tinha de estragar aquela atmosfera acolhedora. O pianista, que tocava junto ao bar no primeiro andar, pressionava as teclas do piano de cauda de forma rápida e coerente para... oh não, tocar Richard Clayderman!!! Rapidamente apareceu um nó na minha garganta que me custou a desfazer. Com música tão bom, com tanta qualidade. tinham mesmo de tocar Clayderman? Ainda quando é utilizado para "sketches" lamechas dos Gato Fedorento ainda vá, agora assim não, por favor!!!!
O que vale é que só ouvi a música de passagem e, mal se fechou a porta que dava para o pátio da piscina todo a minha audição passou por um processo de purificação que, felizmente, resultou...
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