Não basta, por vezes, termos dias em que não paramos um bocadinho que seja, que é precisamente nesses momentos que temos as surpresas mais desagradáveis.
Na semana passada, já em casa, por volta da hora de jantar, recebo um telefonema. Era o chefe. Tinha de ir no dia seguinte ao Algarve, fazer uma reportagem. Bem sei que a notícia não espera, não é programa, mas em abono da verdade, não era uma viagem pela A2 fora que estava nos meus planos de uma terça-feira em que ainda me faltava fechar algumas páginas do jornal. O trabalho até podia ser interessante e lá decidi que iria.
Manhã seguinte. São cerca das nove horas. Preparo-me para sair de casa. Apanho nas chaves, vou a cozinha e coloco-as de novo na mesa. Saio de casa e, clank, fecho a porta. Naquele preciso momento sinto um frio gelado, um incómodo intolerável pela espinha acima... Por momentos, as minhas mãos deixaram de reagir aos impulsos cerebrais. Tinha deixado as chaves dentro de casa. Não podia ser pior, pois as soluções não eram propriamente atractivas.
Entre tentar saltar para a varanda e partir uma perna, um braço ou algo mais grave depois de cair no buraco ao pé do prédio, chamar os bombeiros e partir a janela, com todas as chatices que isso implica, ou ir a Portalegre na viagem de regresso do Algarve, a terceira opção foi a que me pareceu mais razoável. De repente, entre o fecho da edição, a reportagem no Sul do país, tinha acabado de colocar mais 300 quilómetros de viagem, no roteiro planeado. E tudo no momento em que a porta se fechou...
2 comentários:
Custou assim tanto vir dormir a PTG?
Obrigadinha pela perte que me toca!
Pa próxima dormes na rua :p oh distraído!
Não, isso não custou absolutamente nada. O que custou foram os 900 quilómetros percorridos em menos de 24 horas...
Dormir em PTG foi o melhor que me podia ter acontecido nesse dia! :)
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